2006-10-23 10:45:13

PAPA CONVIDA MISSIONÁRIOS A SEGUIREM EXEMPLO DE FRANCISCO DE ASSIS


Cidade do Vaticano, 22 out (RV) - "Celebra-se hoje, pela octogésima vez, o Dia Mundial das Missões". Com este chamado, Bento XVI abriu esta manhã seu encontro com os peregrinos de todo o mundo, que o aguardavam na Praça São Pedro para rezar, com ele, a oração do Angelus dominical.

"O Dia Mundial das Missões foi criado pelo papa Pio XI, que deu um forte impulso às missões ad gentes, e que no Jubileu de 1925 promoveu a grande exposição, que hoje se intitula 'Coleção Etnológico-missionária' e que está no Museu do Vaticano" _ recordou o Santo Padre.

O papa lembrou a todos que este ano, sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões tem como tema "A caridade, alma da missão". De fato, quando não é animada pelo amor, a missão acaba se reduzindo a uma mera atividade filantrópica ou social. Para os cristãos, porém, valem as palavras do Apóstolo Paulo: "O amor de Cristo nos impulsiona". A caridade que levou o Pai a enviar seu Filho ao mundo, e o Filho a oferecer-se por nós, até a morte na Cruz é a mesma caridade que o Espírito Santo depositou nos corações dos fiéis. Assim, todo batizado pode cooperar com a missão de Jesus, que se resume em levar a todos a boa nova de que "Deus é amor", e justamente por isso, quer salvar o mundo.

"A missão parte do coração: quando rezamos diante do Crucifixo, com o olhar dirigido àquele peito traspassado, experimentamos a alegria dentro de nós, porque somos amados e o desejo de amar e de sermos instrumento de misericórdia e de reconciliação".

"Foi o que aconteceu, cerca de 800 anos atrás, ao jovem Francisco de Assis, na pequena capela de São Damião. Do alto, da Cruz, que hoje se encontra na Basílica de Santa Clara, Jesus falou a Francisco e lhe disse: 'Vai, reconstrói a minha casa'. Você está vendo, está toda rachada. Aquela casa era, antes de tudo, sua própria vida, que precisava ser reparada mediante uma verdadeira conversão. Não era o templo em si, de tijolos, mas sim a Igreja, feita de pessoas vivas, carentes de purificação. Era a humanidade inteira, onde Deus ama viver. A missão parte sempre de um coração transformado pelo amor de Deus, como demonstram várias histórias de santos e mártires que deram suas vidas pelo serviço ao Evangelho" _ afirmou o papa.

"A missão, portanto, é uma obra na qual há lugar para todos: para quem se compromete em realizar na própria família o Reino de Deus; para quem vive com espírito cristão o trabalho profissional; para quem se consagra totalmente ao Senhor; para quem segue Jesus Bom Pastor no ministério ordenado ao Povo de Deus; para quem, de modo especial, parte para anunciar Cristo àqueles que ainda não o conhecem. Que Maria Santíssima nos ajude a viver, com renovado entusiasmo, a alegria e a coragem da missão" _ concluiu Bento XVI.

A este ponto, o papa rezou a oração do Angelus e concedeu a todos a benção apostólica.

Ainda da janela de seus aposentos, Bento XVI fez uma saudação cordial aos muçulmanos do mundo inteiro, que estão celebrando nestes dias a conclusão do Ramadã _ mês de jejum _, e desejou "serenidade e paz" a todos.

"Este clima de alegria contrasta dramaticamente com as notícias provenientes do Iraque sobre a grave situação de insegurança e violência às quais estão expostos tantos inocentes, xiitas, sunitas ou cristãos. Estou a par da preocupação vivida pela comunidade cristã _ disse ainda o papa _, e desejo assegurar-lhe que sou solidário com todas as vítimas, para as quais peço força e consolo. Convido-os também a unir-se à minha súplica ao Todo-poderoso, a fim de que infunda fé e coragem nos responsáveis religiosos e líderes políticos locais e internacionais, para ampararem o povo iraquiano na reconstrução de sua Pátria, na busca de justos equilíbrios, no respeito recíproco, na consciência de que a variedade de seus componentes é parte integrante de sua riqueza".

Em seguida, Bento XVI fez uma série de saudações aos grupos presentes, em francês, inglês, alemão, espanhol, polonês e italiano. O papa foi particularmente atencioso com os peregrinos da Confraria do Senhor dos Milagres, do Peru, que participaram de uma Missa hoje de manhã na Basílica de São Pedro, e se destacavam em meio à multidão, carregando estandartes de Jesus e Maria. Em polonês, Bento XVI ressaltou a presença dos membros da Fundação João Paulo II, que está comemorando 25 anos de vida com uma série de celebrações. (CM)








All the contents on this site are copyrighted ©.