União Europeia pede pressão sobre o Sudão para pôr fim á crise humanitaria no Darfur
A União Europeia pediu ontem que a comunidade internacional exerça "pressões máximas"
sobre o Sudão para o envio urgente de uma força de manutenção de paz da ONU para o
Darfur, "única opção viável e realista" para pôr fim à crise humanitária na província
africana. "Uma operação das Nações Unidas é a única opção viável e realista para
a manutenção de paz no Darfur. Não pouparemos esforços para convencer o governo do
Sudão", avisou o primeiro-ministro finlandês, Matti Vanhanen, cujo país exerce a presidência
da UE. O Conselho de Segurança da ONU decidiu a 31 de Agosto o envio de uma força
de 17 mil soldados e três mil polícias para render a Missão da União Africana, composta
por 7200 homens.Mas o governo sudanês, acusado de apoiar as milícias janjaweed, os
milicianos árabes responsáveis pela violência na região, opôs-se.Mais de 200 mil pessoas
terão morrido e mais de dois milhões e meio foram obrigadas a abandonar as suas casas
em consequência da guerra civil que devasta a região há mais de três anos. Os combates,
iniciados em Fevereiro de 2003, opõem grupos rebeldes (que dizem lutar pelos direitos
da população negra local) ao Governo islâmico de Cartum. Em resposta à insurreição,
o Exército armou as tribos nómadas locais, há anos em conflito com os agricultores
negros da região, e agora responsabilizadas por ataques indiscriminados contra as
aldeias locais.Esta semana, uma carta aberta publicada em vários jornais europeus
torna público o pedido de 120 sobreviventes do Holocausto e dos genocídios no Cambodja,
Ruanda e Bósnia à Europa para que se envolva urgentemente na crise do Drafur e aja
com firmeza para evitar que a História se repita.