IGREJA DEVE PARTICIPAR NA CAMPANHA CONTRA O ABORTO
Lisboa, 20 out (RV) - O patriarca de Lisboa, cardeal José Policarpo, considerou
que os membros da Igreja e "os que defendem a vida" devem participar na campanha para
o referendo sobre o aborto, aprovado no parlamento português.
Em comunicado
divulgado pela agência Ecclesia antes da votação no Parlamento, o Patriarca de Lisboa
manifestou a opinião de que essa campanha "deveria ser, sobretudo, um período de esclarecimento
das consciências", mas avisa que, "porque a proposta de leis liberalizantes da prática
do aborto se tornou uma causa partidária, a campanha pode cair, na linguagem e nos
métodos, numa vulgar campanha política".
Por isto, "todos os membros da Igreja
e todos os que defendem a vida são chamados a participar nesse debate esclarecedor
das consciências", afirmou o cardeal.
"Compete aos leigos organizar e dinamizar
uma campanha, com metodologia bem concreta. O papel dos pastores é apoiar e iluminar
as consciências com a proclamação da doutrina da Igreja, anunciando o Evangelho da
Vida", acrescentou dom José Policarpo.
O cardeal patriarca de Lisboa pediu
aos padres da sua arquidiocese "que se empenhem nesta proclamação da doutrina da Igreja
sobre a vida, mas que saibam sabiamente marcar a diferença entre o seu ministério
de anunciadores da verdade e as ações de campanha, necessárias e legítimas no seu
lugar próprio".
Num comunicado em que pretendeu esclarecer recentes afirmações
suas, segundo as quais a "condenação do aborto não é uma questão religiosa, mas de
ética fundamental", o purpurado sublinhou que se trata, "de fato, de um valor universal:
o direito à vida, exigência da moral natural".
"Com esta afirmação não foi
minha intenção negar a sua dimensão religiosa. A mensagem bíblica assumiu como preceito
da moral religiosa este valor universal, dando-lhe a densidade do cumprimento da vontade
de Deus", escreveu o cardeal, acrescentando que "não é só pelo fato de ser católico
que se é contra o aborto; basta respeitar a vida e este é em si mesmo, um valor ético
universal". (CE)