2006-10-20 12:00:14

CARDEAL ARINZE AFIRMA QUE LEIGOS AFRICANOS TÊM "FORTE CONSCIÊNCIA DE SER IGREJA"


Cidade do Vaticano, 19 out (RV) – O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Francis Arinze, afirmou que os leigos africanos têm "uma forte consciência de ser Igreja".

Numa entrevista concedida à Rádio Vaticano, o purpurado indicou que "os leigos na África se sentem realmente parte da Igreja". "Muitas coisas caminham bem porque os leigos estão presentes na sociedade, na política, na educação, na medicina" _ acrescentou.

"Outro elemento certamente positivo é o número de jovens, provenientes de muitos países africanos, que respondem à vocação sacerdotal e religiosa. Isto é considerável. Muitos países falam de um 'boom', de um surgimento de vocações sem precedentes na história", prosseguiu o cardeal Arinze.

Após explicar que a Igreja na África é "consciente de sua natureza missionária", o purpurado manifestou que "devemos agradecer à Divina Providência" as boas situações do continente africano, mas "é claro que não faltam problemas, desafios".

Ao falar destes desafios, o cardeal considerou que "são muitos: a justiça, o respeito pelos direitos humanos, o respeito à mulher, o cuidado dos mais pobres, dos mais pequenos, de todos aqueles que não têm ninguém que fale por eles".

O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos disse ainda que "convencer aqueles que fazem política de que as considerações religiosas devem influenciar a esfera política" é realmente um desafio. O cardeal esclareceu que a Igreja não dita leis para a política, mas oferece a doutrina social do cristianismo, que fala do direito, do respeito pelo outro, da justiça, do serviço à sociedade, e isto é muito válido.

O prelado nigeriano, que desde 1984 colabora na Cúria Romana, comentou que "a Igreja deve contribuir, certamente não com fórmulas políticas, mas com a conversão do coração humano. A Igreja não pode restringir-se à sacristia, porque as alegrias, os desafios e os sofrimentos do povo são também alegrias, desafios e sofrimentos da Igreja".

O purpurado comentou que "muita gente considera a Igreja como voz dos que não têm voz, uma instituição _ talvez entre as últimas _ na qual se pode confiar". Este fato aumenta ainda mais a sua responsabilidade e representa um grande desafio, porque _ disse ele _ "o povo confia na Igreja e naqueles que a dirigem _ clérigos, leigos ou religiosos _; todos devemos conhecer esta grande responsabilidade".

Finalmente o cardeal Arinze explicou que a justiça, a reconciliação e a paz serão assuntos de grande importância no próximo Sínodo dos Bispos para a África a ser celebrado em 2008. (MZ)









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