2006-10-19 15:20:13

Itália, terra favorável ao testemunho cristão, mas onde é preciso cultivar a mensagem cristã, salientou o Papa falando em Verona aos delegados do 4º Congresso Nacional da Igreja Italiana


Bento XVI deslocou-se na manhã desta quinta feira a Verona onde decorre o 4º congresso nacional da Igreja italiana. E foi com um profundo agradecimento que o Cardeal Camillo Ruini, Presidente da Conferência dos Bispos Italianos, acolheu o Papa.
Quero destacar o laço de admiração e comunhão, o profundo afecto e gratidão. Sinto que esta ligação é um dom de Deus, uma ligação forte que nos junta a um guia para darmos testemunho apostólico”.
O cardeal Ruini acrescentou ainda que as palavras de Bento XVI serão acolhidas com o coração aberto, “tentando fazer delas o caminho a que Igreja italiana é chamada”. E concluiu as suas palavras dizendo que “sabemos que sua Santidade nos tem no coração, por isso lhe agradecemos”.

““A Itália de hoje, é uma terra favorável ao testemunho cristão, mas ao mesmo tempo onde precisa ser cultivada a mensagem, porque a sociedade sente logo, quando saímos do caminho da missão”. Foi com estas palavras que Bento XVI se dirigiu aos delegados neste 4º Congresso Nacional da Igreja Italiana.
Segundo o Papa, a Itália vive uma época de laicismo. “Deus é deixado de fora da cultura e da vida pública” referiu, “e a fé é esquecida, porque vivemos para o trabalho, onde Deus não aparece directamente, onde Ele se tornou descartável”, acrescentando que também a ética é vista na fronteira do relativismo e utilitarismo, deixando de lado qualquer principio moral.
Segundo Bento XVI esta forma de cultura, não ajuda no diálogo verdadeiro com as culturas, “onde a dimensão religiosa tem grande expressão” não deixando lugar para as questões sobre o sentido da nossa vida”.
O ser humano não é apenas razão e inteligência, afirmou. “Os homens carregam em si, o necessidade do amor, de serem amados e de amar” apesar de muitas vezes se perder e se questionar” - prosseguiu Bento XVI .
“Porque Deus nos ama verdadeiramente Ele respeita a nossa liberdade”, mas todos, como Igreja, são chamados a segui-lo, mesmo não sendo fácil, pois o caminho é cheio de contradições.
“Mas não percamos o ânimo” sublinhou o Papa, “devemos estar sempre prontos a dar uma resposta em perfeita consciência e comunhão”.
Nos primeiros séculos a Igreja, caracterizada por uma prática de vida cheia de amor aos pobres e aos que sofrem, teve uma grande expansão missionária. “Este deve continuar a ser o caminho para a evangelização da Itália e do mundo de hoje” referiu.
O Papa dirigiu-se aos participantes do Congresso sublinhando que a Igreja italiana tem um grande testemunho de vizinhança e solidariedade. “Esta atitude é visível nas comunidades, nas paróquias, no voluntariado social, associações, grupos, actos individuais ou em grupo” tornando deste modo visível “o amor de Deus no mundo”.
A igreja não é nem pretende ser um agente político” referiu, “a fé cristã apenas ajuda a melhorar a justiça, a doutrina social” sendo missão dos leigos e não da Igreja ajudar a construir uma sociedade mais justa. O Papa enalteceu ainda o contributo que a Igreja italiana dá “pelo seu testemunho ; um serviço precioso e estimulante para a nação e para o mundo”.








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