2006-10-18 18:07:22

CORÉIA DO SUL: MENSAGEM DOS BISPOS SOBRE TESTES ATÔMICOS


Seul, 18 out (RV) - Somente com o diálogo, paciência e perseverança, pode-se chegar à paz na península coreana. É o que reafirmam os bispos da Coréia do Sul, numa mensagem publicada na conclusão de sua Assembléia Geral, em Seul. O encontro foi dominado, em grande parte, pela crise nuclear norte-coreana.

O documento, assinado pelos Presidentes das Comissões Justiça e Paz e da Reconciliação do povo coreano, destaca que a posse de uma arma nuclear de modo algum pode ser justificada, e exorta a comunidade internacional a buscar uma solução negociada para a crise. "Para que isso seja possível _ acrescenta a mensagem _ é preciso aplicar o Acordo de reconciliação, não agressão e desnuclearização, assinado pelas duas Coréias em 1991".

Nestes anos, Norte e Sul mantiveram relações pacíficas, que permitiram aos dois países reconhecerem-se mutuamente como um povo único. Assim sendo, os bispos concluem a mensagem pedindo que este processo não seja obstruído e nem retrocedido, em favor da paz e da unidade da península.

Na mesma linha dos bispos, o Conselho coreano para o Apostolado dos Leigos recorda que as ajudas fornecidas nos últimos 15 anos pela Igreja do Sul aos irmãos do Norte, no esforço da reconciliação, não devem ser desviados para a construção de armas de destruição de massa, como as nucleares.

O teste nuclear realizado pela Coréia do Norte no último dia 9 vai atingir, "de maneira muito dura, o trabalho das ONG's que ajudam a população do país, inclusive a Caritas, que estava conseguindo levar adiante sua missão em favor dos mais pobres entre os pobres".

Esta é a opinião do diretor da Caritas coreana, Pe. Paul Jeremiah Hwang Yong-yeon. Ele explica que "a guerra e a separação da península coreana deixaram muitas feridas na população de ambos os lados do confim, e depois de 53 anos, a dor ainda não passou".

Há também o aspecto financeiro, já que as verbas usadas pelas operações da Caritas provêm de doações de instituições e de particulares, de todo o mundo. Com iniciativas como o teste atômico, a Coréia do Norte atrai a antipatia internacional, o que acaba por afetar economicamente sua população. "Porque a vontade de doar diminui quando a impressão do país ao qual vai o dinheiro não é boa".

Enfim, Pe. Paul releva o problema das fronteiras: "Pyongyang aplica um estreito controle sobre seus confins, e Seul faz o mesmo. Um problema internacional desta dimensão produzirá uma nova e imponente barreira também para o trabalho humanitário, e as únicas e verdadeiras vítimas serão os norte-coreanos, que não poderão aceder aos recursos de que precisam". (CM)







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