A posição da Santa Sé perante o fenómeno do terrorismo reafirmada nas Nações Unidas
A Santa Sé manifestou à comunidade internacional que as medidas de luta contra o terrorismo
não devem violar os direitos. Assim declarou o arcebispo Celestino Migliore, observador
permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, ao intervir na Assembleia Geral sobre as
medidas para eliminar o terrorismo internacional. ”Acredito que as medidas anti-terroristas
e a protecção dos direitos humanos não são objectivos que estejam em conflito entre
si”, declarou o arcebispo. “A absoluta falta de justificação do terrorismo baseia-se
precisamente no facto de utilizar vidas inocentes como meios para alcançar os seus
objectivos, mostrando desprezo absoluto pela vida e pela dignidade humanas”, acrescentando
que a estratégia anti-terrorista não deve sacrificar os direitos fundamentais em nome
da segurança”. O observador da Santa Sé nas Nações Unidas é de opinião que se
deveria formar uma Convenção para deixar claro que “nenhum motivo pode justificar
ou legitimar a morte ou mutilação deliberada de populações civis”. Segundo o prelado,
o terrorismo pode ser um acto de abuso cínico da religião ao que se deve responder
com ferramentas culturais, o que implica “um decidido compromisso político para acabar
com as situações de opressão e marginalização que facilitam os projectos dos terroristas”.
Sublinhou ainda que se deve afirmar que “não se podem invocar as injustiças do mundo
para justificar as acções terroristas e que as vítimas do colapso são antes de tudo
milhões de homens e mulheres que não são capazes de resistir à queda da solidariedade
internacional”. Segundo o núncio apostólico, as religiões e o diálogo inter-religioso
têm um papel fundamental na hora de afirmar que as “incitações dos terroristas ao
ódio e a violência são contrárias à verdadeira religião”.