2006-10-10 15:58:31

PRESO NO IRÃ AIATOLÁ FAVORÁVEL À SEPARAÇÃO ENTRE FÉ E POLÍTICA


Teerã, 09 out (RV) - O aiatolá Mohammed Kazemeini Boroujerdi, acusado de favorecer o retorno ao "Islã original", que prega "a separação entre religião e política", foi preso ontem, 8, em Teerã, junto com dezenas de seus seguidores. O aiatolá é acusado de ter interpretado erroneamente o Islã.

Segundo a agência INA, o religioso teria escrito a Bento XVI, ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e a outros líderes mundiais, pedindo-lhes que trabalhassem em prol da promoção da "religião tradicional". Ele afirmou à agência Misna: "Acreditamos que a nossa nação esteja cansada da religião politizada e queremos um retorno à fé tradicional."

Segundo a BBC de Londres, para efetuar a prisão do aiatolá, a polícia iraniana usou gás lacrimogêneo para dispersar as centenas de seguidores que haviam formado um cordão de isolamento em torno de sua casa, em Teerã, buscando proteger o líder religioso.

O vice-governador e responsável pela segurança e assuntos políticos de Teerã, Abdullah Rowshan, afirmou não acreditar que Boroujerdi seja um verdadeiro aiatolá.

Boroujerdi que, por anos, pregou sua visão do Islã, numa mesquita na periferia pobre, no sul da capital iraniana, tem centenas de seguidores que afirmam que ele tenha poderes divinos com os quais resolve seus problemas materiais, além dos espirituais.

Funcionários do governo o acusam de ter-se proclamado representante do imame Mahdi, uma figura de tipo messiânico, no Islã xiita, morto no ano 874. Diz-se que o Mahdi reaparecerá para encher a terra de justiça e de igualdade, depois que for tomada pela violência e opressão.

Boroujerdi negou todas as acusações, alegando ter somente defendido aquilo que ele julga ser o verdadeiro Islã. Sua prisão, na realidade, estaria ligada à preocupação com que as autoridades olham a crescente influência que sua pregação exerce sobre muitos grupos da população, mesmo que pareça restrita ao círculo de seus seguidores. (JK)








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