REPRESENTANTE DA SANTA SÉ NA ONU, EM NY, INDICA DIÁLOGO E NEGOCIAÇÃO PARA SOLUCIONAR
QUESTÃO NUCLEAR
Nova York, 06 out (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova
York, pronunciou nesta quinta-feira, na sede da organização, sobre o desarmamento
e a segurança internacional, ressaltando que o "diálogo deve avançar".
Dom
Celestino Migliore recordou o que disse o secretário-geral da ONU, ou seja, que o
mundo se encontra diante de uma encruzilhada: ou toma o caminho do redimensionamento
da proliferação e, portanto, o caminho do diálogo e das negociações multilaterais;
ou o caminho que leva a uma multiplicação do número dos Estados que se dotam da tecnologia
nuclear, e que vê crescer também, a ameaça do terrorismo nuclear.
A comunidade
internacional parece estar a ponto de embocar a segunda estrada _ advertiu Dom Migliore
_ não por escolha consciente, mas, sobretudo, por falta de cálculo, e por causa de
um debate estéril e de uma estagnação dos mecanismos multilaterais para a resolução
dos conflitos.
Dom Migliore fez referência à recente conferência sobre as armas
leves, ressaltando a falta de resultados concretos. E apontou cifras preocupantes:
27 mil armas nucleares, no cenário mundial, e despesas militares que, pelo segundo
ano consecutivo, superam um trilhão de dólares.
"A Santa Sé tem reiterado com
insistência, seu apelo para que aqueles governos que, aberta ou secretamente, possuem
armas nucleares, ou pretendem munir-se de tais armas _ sublinhou Dom Celestino Migliore
_ façam uma inversão de rota e decidam, livremente, renunciar ao nuclear. As políticas
de ameaça nuclear _ típicas da "guerra fria" _ podem e devem ser substituídas por
medidas concretas de desarmamento, baseadas no diálogo e nas negociações multilaterais"
_ concluiu. (RL)