REPRESENTANTE DA SANTA SÉ NA ONU EM GENEBRA PEDE MAIS DINHEIRO, VONTADE POLÍTICA E
ABERTURA CULTURAL, EM APOIO A REFUGIADOS
Genebra, 05 out (RV) - Dêem aos refugiados somente um pouco daquilo que se
gasta com as armas, para aliviar os sofrimentos de uma humanidade desprotegida: foi
o apelo lançado ontem, quarta-feira, pelo observador permanente da Santa Sé junto
às agências da ONU, em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi.
No pronunciamento
que fez perante o Comitê Executivo do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR),
reunido em Genebra, Dom Tamasi pediu maiores alocações econômicas por parte dos Estados,
em ajuda aos milhões de refugiados no mundo.
Bastaria uma pequena parte do
que se gasta em armamentos para "aliviar os sofrimentos de uma humanidade desprotegida"
_ ressaltou o arcebispo _ pessoas que "através de mares e desertos" fogem "da guerra,
da violação de seus direitos humanos, da fome".
Nos últimos 10 anos, de 1996
e 2005 _ denunciou Dom Tomasi _ as despesas militares aumentaram de 34%, alcançando
a cifra de 1 trilhão e 118 bilhões de dólares. Além de mais verbas, são também necessárias
vontade política e abertura cultural, por parte da opinião pública.
"Centenas
de vidas perdidas nos últimos tempos, na busca desesperada de uma existência mais
segura e decente são _ observou o prelado _ um sinal de alarme de que, em nosso mundo
globalizado, a comunidade internacional está falindo, em seus objetivos de solidariedade
e proteção."
Por fim, o representante vaticano fez um pedido particular, para
que se esclareça a identidade do refugiado e do deslocado ou do migrante, porque a
confusão entre essas figuras muitas vezes prejudica o direito de asilo daqueles que
correm o risco de ser repatriados a países que os perseguem por motivos políticos,
religiosos, étnicos e outros. "Esses refugiados (uma minoria) devem ser tutelados
de modo prioritário" _ sublinhou o arcebispo. (RL)