Buenos Aires, 02 out (RV) - Mais de um milhão de argentinos, (os organizadores
falam de um milhão e duzentos mil), em sua maioria jovens, peregrinaram ontem, por
70 km, até à Basílica de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina, no dia de
sua festa.
Sob o lema "Mãe, precisamos viver como irmãos", os fiéis completaram
uma das expressões de fé popular mais importantes do país, percorrendo a pé, a distância
entre a capital, Buenos Aires, até à localidade de Luján.
Durante o trajeto,
os peregrinos rezaram também por Jorge Julio López, procurado em todo o país, e que
está "desaparecido" desde 17 de setembro, quando foi interrogado e depôs contra um
expoente da ditadura militar argentina (1976-1983).
Depois de marchar a ritmo
de música e bailes folclóricos, os peregrinos participaram de uma missa celebrada
pelo cardeal-arcebispo de Buenos, Jorge Mario Bergoglio, de um pequeno palco montado
diante da imponente basílica. Ao lado de bispos de várias dioceses, o cardeal exortou
a recuperar a memória de como se vive fraternalmente, e a erradicar a discórdia e
o ódio.
A primeira peregrinação a Luján foi realizada por um grupo de jovens,
em outubro de 1975, e na época, não se imaginava que se tornaria um dos eventos mais
significativos da religiosidade popular na Argentina. (CM)