CNBB CRITICA "INVASÃO" DA JUSTIÇA EM IGREJAS DO RIO DE JANEIRO
Brasília, 29 set (RV) - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), Cardeal Geraldo Majella Agnelo, classificou, nesta quinta-feira, em
entrevista coletiva, de "invasão de competência" e "cerceamento da liberdade" a liminar
que notificou a Arquidiocese do Rio de Janeiro, de que assuntos político-eleitorais
não deveriam ser abordados nas igrejas.
Na liminar, emitida na última segunda-feira,
pelo Desembargador Luiz Felipe Francisco, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do
Rio, e cassada ontem, pelo mesmo tribunal, a coligação "Um Rio para todos" alegava
que panfletos apócrifos estavam sendo distribuídos nas portas das igrejas, contra
a candidata ao Senado Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Ela dizia tratar-se de campanha
contra sua candidatura, pelo fato de ela defender a descriminação do aborto.
"É
a primeira vez que uma instância do Judiciário interfere e proíbe um ato litúrgico.
Tanto é assim, que o próprio tribunal depois, cassou tal liminar. Nem no tempo da
ditadura ocorreu isso" _ afirmou o vice-presidente da CNBB, Dom Antônio Celso Queiroz.
A
liminar é o desdobramento de um embate que teve início na última quinta-feira, quando
a Justiça Eleitoral do Rio, a pedido da coligação "Um Rio para todos", emitiu um mandato
de busca e apreensão a ser executado por oficiais de justiça, na sede da Arquidiocese
do Rio de Janeiro, para encontrar os panfletos que estariam sendo distribuídos _ segundo
a alegação _ nas portas das Igrejas. Nada foi encontrado.
A CNBB divulgou uma
nota de repúdio, na qual afirma "lamentar profundamente, as pressões sofridas no âmbito
da campanha eleitoral do Estado do Rio." (MZ)