2006-09-29 19:02:31

DOM LAJOLO NA ONU: RELIGIÕES, SOCIEDADES E ESTADOS ALIADOS NA LUTA EM FAVOR DA PAZ


Nova York, 28 set (RV) - A importância do diálogo entre as religiões e a responsabilidade da sociedade e dos Estados, para levar a paz a um mundo dividido e dilacerado: foi o tema do discurso proferido ontem, na sede da ONU, em Nova York, pelo presidente do Governatorato da Cidade do Vaticano, e secretário para as Relações com os Estados em fim de mandato, Dom Giovanni Lajolo.

Em seu pronunciamento, Dom Lajolo colocou em evidência, a séria problemática que se apresenta à humanidade, num mundo que _ até bem pouco tempo atrás _ parecia crescer acompanhando nossos passos, em direção a uma "aldeia global". E ao invés, esse mundo se vê hoje dividido, no que diz respeito à cultura, à fé, ao bem-estar, e aos níveis de progresso material, e mais ainda, na predisposição ao poder, à autoridade e à cooperação.

"Os nossos esforços _ denunciou Dom Lajolo _ para superar as divisões e harmonizar as diferenças têm sido hesitantes e pouco convictos. E o nosso despreparo parece ser o maior obstáculo ao fortalecimento do papel das Nações Unidas, fortalecimento este indispensável para que se possa afrontar os antigos e novos desafios, e proceder com as necessárias reformas _ que a Santa Sé recomenda _ no campo da construção da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos, a partir do direito à vida, à liberdade religiosa, à liberdade de pensamento e de expressão.

Dom Lajolo reiterou a importância do diálogo entre os credos, na firme convicção de que a religião _ "não obstante em alguns casos continue sendo cinicamente explorada para fins políticos _ é, na sua expressão melhor, mais verdadeira e mais autêntica, uma força vital para o bem, para a harmonia e para a paz entre os povos".

Nesta última geração, as religiões, seus líderes e fiéis mostraram, muitas vezes, sua vontade de dialogar, oferecendo um exemplo ao mundo. Mas "um sincero diálogo _ evidenciou o prelado _ comporta necessariamente uma análise autocrítica da relação existente entre as nossas tradições e as estruturas sociais, políticas e econômicas propensas a se tornar agentes de violência e de injustiça".

Nesse contexto, o representante da Santa Sé evocou o discurso de Bento XVI na Universidade de Regensburg, para esclarecer, uma vez mais, que "a real intenção do Papa era explicar que a religião e a razão caminham lado a lado, e não a religião e a violência, no contexto de uma visão crítica de uma sociedade que busca excluir Deus da vida pública". (RL)







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