Construir uma identidade europeia capaz de oferecer ao mundo o contributo de uma herança
espiritual e cultural inestimável
Bento XVI considera fundamental que o mundo académico tenha como objectivo “a busca
de uma racionalidade plena”, que possa ajudar no trabalho de construir uma identidade
europeia renovada. Uma carta dirigida aos participantes do V Simpósio de docentes
universitários da Europa, enviada em nome do Papa pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário
de Estado do Vaticano, retoma algumas ideias centrais da intervenção de Bento XVI
na Universidade alemã de Regensburg, no passado dia 12 de Setembro. “O Sumo Pontífice
indica o objectivo de uma racionalidade plena, fiel à experiência humana integral,
como missão principal dos docentes e dos estudantes universitários cristãos”, pode
ler-se. Este objectivo deve ser perseguido, acrescenta a missiva, “em diálogo
construtivo com todos aqueles que partilham a paixão pela verdade e pelo homem e estão
dispostos a colocá-la em prática de modo não ideológico e no respeito recíproco pela
diversidade”. Segundo o documento, sobre esta base cultural é possível “trabalhar
realisticamente na construção de uma identidade europeia renovada, capaz de oferecer
ao mundo o contributo de uma herança espiritual e cultural inestimável”. O mundo
universitário é desafiado a “forjar um humanismo racional e aberto à revelação de
Jesus Cristo, tolerante, mas firme nos princípios éticos”. A iniciativa decorre
em Roma, até 1 de Outubro, e reúne docentes de 25 países em volta do tema “Para onde
vai a Europa? Cultura, povos e instituições”. O Papa deseja que os trabalhos “contribuam
para fazer com que os ateneus da Europa possam voltar a ser no presente, como no período
áureo da sua origem, laboratórios de autêntico humanismo”.