2006-09-29 14:48:20

Bispo brasileiros indignados com pressões da justiça sobre a Arquidiocese do Rio de Janeiro


A Conferência Episcopal do Brasil (CNBB) publicou uma nota de solidariedade para com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, na qual lamenta “profundamente” as pressões sofridas pela Igreja no âmbito da campanha eleitoral nesse Estado. Os Bispos “estranham e repudiam o cerceamento da livre manifestação da opinião de cidadãos e a intromissão em campo próprio da competência da Igreja”. O Cardeal do Rio de Janeiro, D. Eusébio Scheid, e o Bispo Auxiliar D. Dimas Lara Barbosa foram notificados na passada segunda-feira pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para que proibissem o clero da Arquidiocese de proferir “qualquer tipo de comentário ou referência político-ideológica” durante a campanha eleitoral. Nesse mesmo dia, no entanto, o próprio TRE anulou esse decreto.A ordem judicial surgiu após uma queixa apresentada pela Coligação “Um Rio Para Todos”, de que faz parte a deputada Jandira Feghali, relatora do Projecto de Lei que visa tornar legal a prática do aborto no Brasil durante todos os meses de gravidez. Jandira Feghali, que concorre a uma vaga no Senado pelo Estado do Rio de Janeiro, acusava a Igreja de produzir um panfleto ofensivo contra ela.Assim, no dia 21 de Setembro de 2006, a Arquidiocese do Rio de Janeiro foi surpreendida com um mandato de busca e apreensão de "material de propaganda eleitoral”. Nenhum material foi encontrado nas dependências da sede da Arquidiocese, incluindo o gabinete do Cardeal e os gabinetes dos Bispos Auxiliares.Hoje, o comunicado da presidência da CNBB “reafirma o direito dos cidadãos e eleitores de conhecerem o pensamento e a posição dos candidatos sobre questões fundamentais, como a defesa da vida e da dignidade da pessoa humana, para o livre e autónomo exercício do voto cidadão”.A Arquidiocese do Rio de Janeiro, reafirmou, entretanto, a sua posição em relação às eleições de 2006, expressa no documento intitulado "Voto Consciente", distribuído nas paróquias. O documento incentiva a participação dos católicos na política e a escolha de candidatos “comprometidos com os princípios e valores éticos e cristãos”, em especial “o respeito pela vida e a dignidade da pessoa humana desde a concepção até à morte natural”.







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