2006-09-29 14:46:16

As prioridades da diplomacia da Santa Sé, no primeiro encontro do novo Secretário de Estado com os Embaixadores acreditados.


O Cardeal Tarcisio Bertone, novo Secretário de Estado do Vaticano, apresentou hoje os princípios que irão orientar a “nova diplomacia” da Santa Sé no seu mandato, iniciado no passado dia 15 de Setembro. O homem que Bento XVI escolheu para seu “braço direito” assegurou ao corpo diplomática acreditado na Santa Sé o seu compromisso em favor dos mais desfavorecidos, da liberdade, dos Direitos Humanos, da vida e da família.
O Cardeal Bertone já tinha deixado claro que quer ser um Secretário da "Igreja", com uma missão global e que tem como referência absoluta a actuação de Bento XVI. Com uma das diplomacias mais antigas e respeitadas do mundo, a Santa Sé tem exercido uma influência social e política em várias partes do mundo, muito por força da representação objectiva de mais de mil milhões de pessoas.
Esta manhã, no seu primeiro encontro com os embaixadores na Santa Sé, o Secretário de Estado falou da “necessidade de um compromisso universal em favor dos mais desfavorecidos do planeta, os mais pobres, as pessoas que procuram em vão o sustento para si e a sua família”.
“A dignidade, a liberdade e o respeito incondicional por todo o ser humano nos seus direitos fundamentais, em particular a sua liberdade de consciência e de religião, devem estar entre as nossas preocupações primordiais”, disse o Cardeal Bertone, cujo início de funções foi marcado pela polémica com o mundo islâmico, após a intervenção de Bento XVI na Universidade alemã de Regensburg, a 12 de Setembro.
“Penso, em particular, na violência - em todas as suas formas – infligida às mulheres e às crianças, nascidas ou por nascer. A defesa da vida, desde a sua concepção até ao seu fim natural, bem como a defesa da família fundada sobre o matrimónio são temas essenciais na vida social”, acrescentou, em referência a questões como o aborto, a eutanásia ou as uniões homossexuais, entre outras.
A Santa Sé pretende contribuir, na vida da comunidade internacional, como “uma instituição que coloca em primeiro lugar os mais altos valores do homem e que não se sente estranha a nenhum problema do homem contemporâneo”.
O novo Secretário de Estado do Vaticano identificou, por outro lado, domínios éticos mais problemáticos num contexto mundial “de violência, privada e organizada, marcado pela pluralidade de opiniões em confronto”. Entre esses contam-se a “garantia da ordem objectiva e a defesa dos Direitos Humanos”, a “condenação da guerra”, a segurança que privilegia “aspectos não militares” e o desarmamento “geral” e mesmo “unilateral”.
Os diplomatas foram convidados a promover “uma nova ordem internacional”, fundada na paz e na solidariedade entre os povos. Nesse sentido, o Cardeal Bertone pediu que se repense “a questão da dívida dos países mais pobres, a fim de que nunca mais haja pessoas, em especial crianças, que morram por causa da fome ou de doenças endémicas”.
“Que nunca mais haja pessoas vítimas inocentes de guerras ou conflitos locais, nunca mais haja pessoas maltratadas por causa das suas convicções ou das suas crenças”, prosseguiu.








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