A Igreja não obriga ninguém. Mas respeito não é indiferentismo. A autêntica tolerância
supõe o respeito do outro, mas inclui também o temor de Deus e o respeito pelo que
é sagrado no outro: Bento XVI ao novo Embaixador alemão, quinta-feira, em Castelgandolfo
Evocando a recente viagem à Baviera, Papa Ratzinger referiu as muitas cartas desde
então recebidas, não só da Alemanha mas de tantas outras países, o que – observou
– não deixa de ter certa relevância pública: “onde cresce a comunhão e onde os homens
se reforçam no bem graças à mensagem da fé, isso contribui também para a convivência
humana há sociedade e encoraja os cidadãos a tomar responsabilidades em vista do bem
comum”. Sublinhando a universalidade da missão da Igreja, que se dirige a todos
o mais possível a todos os homens e a todos os povos, afirmou Bento XVI: “Certamente
a Santa Sé preocupa-se em primeiro lugar com os cristãos nas várias nações do mundo,
mas atribui também um elevado valor ao bem geral do homem independentemente da sua
cultura, língua e religião”, procurando por isso “colaborar com todos os homens de
boa vontade quando se trata de servir o homem, a sua dignidade, a integridade e a
liberdade”. Citando o Concílio Vaticano II, o Papa recordou que, “motivada pela
sua fé, a Igreja preocupa-se com a salvação da pessoa humana e com a autêntica construção
da sociedade humana. O homem, corpo e alma, coração e consciência, razão e vontade,
está no centro da sua atenção pastoral. Mas – esclareceu (citamos) – “a Igreja não
se impõe, não constringe ninguém a aceitar a mensagem do Evangelho. Por isso o encontro
com os outros dve ser marcado pela tolerância e pela abertura cultural. Contudo –
prosseguiu ainda – a tolerância nunca deve ser confundida com o indiferentismo. Porque
toda e qualquer forma de indiferença está em radical oposição com o profundo interesse
cristão pelo homem e pelo seu bem. A autêntica tolerância pressupõe sempre o respeito
do outro, do homem criado por Deus, cuja existência é querida por Deus”. “Esta
tolerância, de que o mundo tanta necessidade tem – inclui o respeito de Deus – o respeito
em relação ao que é sagrado no outro”. Mas o respeito do sagrado do outro exige porém
que aprendamos o respeito e o temor de Deus. No mundo ocidental, só se crescer de
novo a fé em Deus, se pode regenerar este ‘temor’ (de Deus)”.