2006-09-24 14:58:53

Homenagem do Papa á religiosa italiana Irmã Leonella Sgorbati, assassinada na Somália: morreu pronunciando a palavra perdão. "O testemunho cristão mais autêntico, sinal pacifico de contradição que mostra a vitória do amor sobre o ódio e sobre o mal".


Antes da recitação do Angelus no Palácio Apostólico de Castelgandolfo, com alguns milhares de fiéis, Bento XVI recordou o testemunho quotidiano de fé de tantos cristãos e o facto que a alguns é pedido o testemunho até ao martírio.
Referindo-se ao trecho do Evangelho deste Domingo, em que Jesus explica aos discípulos a Sua lógia, a lógica do amor que se faz serviço até ao dom de si mesmo:”quem quiser ser o primeiro há-de ser o último de todos e o servo de todos”, Bento XVI salientou que esta é a lógica do cristianismo que responde á verdade do homem criado á imagem de Deus, mas ao mesmo tempo contrasta com o seu egoísmo, consequência do pecado original. Cada pessoa humana é atraída pelo amor, mas muitas vezes engana-se na maneira concreta de amar, e assim de uma tendência na origem positiva, manchada pelo pecado, podem derivar intenções e acções más. O Papa salientou que na liturgia deste Domingo a Epistola de São Tiago vem recordar-nos precisamente isto: “Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções. Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia”. E o Apóstolo conclui:” fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz”.
Estas palavras – disse depois Bento XVI fazem-nos pensar no testemunho de tantos cristãos que, com humildade e no silêncio, gastam a vida ao serviço dos outros por causa do Senhor Jesus, actuando concretamente como servos do amor e portanto obreiros de paz. A alguns - acrescentou o Papa – ás vezes é pedido o testemunho supremo do sangue, como aconteceu há poucos dias á religiosa italiana Irmã Leonella Sgorbati, que caiu vitima da violência. Esta Irmã que desde há muitos anos servia os pobres e os pequeninos na Somália, morreu pronunciando a palavra “perdão”: eis o testemunho cristão mais autentico, sinal pacifico de contradição que mostra a vitória do amor sobre o ódio e sobre o mal.
Não há dúvida - disse o Papa a concluir - que seguir Cristo é difícil , mas como Ele próprio diz “somente quem perder a sua vida por Mim e pelo Evangelho, salvá-la-á” , dando sentido pleno á própria existência. Não existe outro caminho para ser seus discípulos, não existe outro caminho para testemunhar o seu amor e tender á perfeição evangélica.








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