Igreja e Media podem encontrar linguagens comuns. "Caso" do Papa na Alemanha em destaque,em
Fátima, nas Jornadas de Comunicação Social.
A Igreja e os Media vivem muitos “encontros e desencontros”, mas podem encontrar linguagens
comuns para comunicar sem deturpar a sua natureza específica. A convicção emergiu
do Workshop Episcopal com D. Manuel Clemente e D. Carlos Azevedo que encerrou as Jornadas
Nacionais de Comunicação Social, em Fátima.Ao longo de um diálogo muito dominado pelo
recente caso do discurso de Bento XVI em Regensburg, jornalistas e responsáveis católicos
tentaram perceber diferenças de tempos e de linguagens que podem geral mal-entendidos
mútuos.D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais
e Comunicações Sociais, frisou a necessidade que os Media têm em “dramatizar” para
prender o público. Assim se percebe que “uma frase tirada do contexto”, na Universidade
alemã em que Joseph Ratzinger leccionou tenha tomado a dimensão que tomou.A intervenção
papal, disse, falava da “articulação entre a fé e a razão, na esteira do trabalho
teológico de Ratzinger” e apontava, por outro lado, para um problema que permanece
por resolver, o da relação entre “violência e religião”.Da intervenção de Bento XVI,
D. Manuel Clemente espera que seja possível partir para o “aprofundamento e elevação
do debate entre os dois lados”.D. Carlos Azevedo reforçou a ideia de que o debate
que se despoletou é “muito importante”.“Ainda bem que o tema se levantou. A relação
entre o Islão e a Europa, o Islão e a Igreja, é um tema que preocupa", apontou. Este
foi de resto um dos pontos altos destas jornadas organizadas pela comissão episcopal
da cultura, bens culturais e comunicações sociais . Este o destaque da crónica
de hoje do nosso correspondente Domingos Pinto.