2006-09-21 18:01:57

OBSERVADOR PERMANENTE DA SANTA SÉ NA SEDE DA ONU LANÇA APELO À SOLIDARIEDADE EM FAVOR DOS PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS


Nova York, 20 set (RV) - Abertura dos mercados por parte dos países desenvolvidos, total e incondicional cancelamento da dívida externa, mas também luta contra o tráfico de armas, combate ao contrabando de materiais preciosos e à fuga de capitais: essas são algumas das sugestões da Santa Sé para estruturar uma estratégia eficaz em favor das nações pobres, ilustradas pelo observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova York, Dom Celestino Migliore, ao participar da reunião do Programa de Ação para os Países menos Desenvolvidos, no decênio 2001-2010.

''A irrefreável fuga em massa de pessoas rumo às áreas mais desenvolvidas do mundo, fez com que os graves problemas dos países pobres fossem "bater às portas" dos países ricos." Por esse motivo, é necessário "um sincero empenho global, para que se possam alcançar, rapidamente, os objetivos do programa, com renovada atenção a condições de vida dignas e ao trabalho produtivo como elementos essenciais" _ disse Dom Migliore, avaliando a atuação do programa que, tendo chegado à metade de seu percurso, não alcançou os resultados esperados, como comentaram as nações-membros.

É convicção geral que "o recente crescimento" nesses países "permanece extremamente vulnerável, porque se apóia quase inteiramente na exportação de matéria-prima, sobretudo petróleo, e não há progresso global na redução da pobreza ou no incremento do bem-estar humano".

Esse "relativo e frágil melhoramento _ acrescentou o Arcebispo _ não deve deixar de levar em séria consideração os graves problemas subjacentes, até então irresolutos, ou induzir-nos a perder de vista sua dramática urgência".

"O presente dado econômico deveria ser lido também à luz de outras graves realidades como a guerra _ que aflige um significativo número de países em via de desenvolvimento _, a degradação ecológica e a desertificação, o número persistente de crianças subnutridas e o contínuo flagelo da AIDS, da malária, da tuberculose e de muitas outras doenças associadas à pobreza."

Daí, "o premente imperativo moral de uma solidariedade econômica para com os países pobres, baseada na unidade do gênero humano e na igual dignidade de todas as pessoas" _ advertiu o prelado.

"Nós, hoje, nos encontramos diante da urgente missão de remediar uma situação que, na ausência de soluções que sejam efetivas, justas e respeitosas dos direitos humanos, continuará a causar um dano intolerável aos países em desenvolvimento e, inevitavelmente, levará a um estado de permanente instabilidade no tecido social das nações desenvolvidas."

"O mundo precisa, hoje, de um impulso de solidariedade" _ asseverou Dom Celestino Migliore, concluindo seu discurso. (RL)







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