2006-09-21 18:02:52

BENTO XVI MANIFESTA PROFUNDO RESPEITO PELO ISLÃ E COMPROMISSO COM O DIÁLOGO COM TODAS AS RELIGIÕES E CULTURAS


Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - Bento XVI reitera seu "profundo respeito pelas grandes religiões e, em particular, pelos muçulmanos", com os quais a Igreja está comprometida a "defender e promover juntos, para todos os homens, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade".

Essa é uma das passagens centrais do discurso do Papa, esta manhã, na Audiência Geral, na Praça São Pedro, ocasião em que voltou a comentar seu discurso na Universidade de Regensburg, Alemanha, no dia 12 p.p., que levou o mundo islâmico a reagir com veemência.

Cristianismo e Islã podem dialogar de modo "positivo" porque cultivam os mesmos valores que estão na base da convivência humana: paz, justiça e liberdade. E se esse diálogo consegue ser também "autocrítico", ele favorece o respeito recíproco e a "racionalidade" que deve "conduzir na transmissão da fé", longe de toda forma de violência.

Diante de 40 mil fiéis e peregrinos e sob o foco das câmeras televisivas internacionais, particularmente atentas, entre as quais a da televisão árabe do Qatar _ "Al Jazeera" _ Bento XVI fez uma retrospectiva dos lugares e pessoas que marcaram sua recente viagem à Baviera. Uma viagem que acabou marcada pelo infeliz episódio da Universidade de Regensburg.

A citação que o Papa dez, do imperador bizantino, Manuel II Paleólogo, "infelizmente, acabou sendo objeto de um mal entendido" _ disse o Pontífice. "Para o leitor atento do meu texto, porém, resulta claro que não quis de modo algum fazer minhas as palavras negativas pronunciadas pelo imperador medieval nesse diálogo, e que o seu conteúdo polêmico não expressa a minha convicção pessoal." O Papa explicou que sua intenção era a de, partindo da citação do imperador, demonstrar que "religião e violência não devem estar juntos, mas sim religião e razão".

"Espero _ acrescentou Bento XVI _ que nas diversas ocasiões da minha visita, por exemplo em Munique, quando ressaltei a importância de se respeitar aquilo que é sagrado para os outros, tenha ficado claro o meu profundo respeito pelas grandes religiões e, em particular, pelos muçulmanos, que "adoram o único Deus" e com os quais estamos comprometidos a "defender e a promover, juntos, para todos os homens, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade"."

O convite ao diálogo, lançado da Universidade de Regensburg, o Papa o fez ecoar também hoje, com renovado vigor, na Praça São Pedro, repropondo-o em várias línguas: inglês, francês, alemão, espanhol e polonês, e acompanhado de um voto que vale como um convite à distensão: "Confio portanto que, após as reações do primeiro momento, minhas palavras na Universidade de Regensburg possam constituir um impulso e um encorajamento a um diálogo positivo, também autocrítico, quer entre as religiões, quer entre a razão moderna e a fé dos cristãos."

A multidão de fiéis e peregrinos partilhou com repetidos aplausos a nova explicação dada pelo Pontífice, sobre um episódio que, durante dias ecoou de um ponto a outro do planeta, com um imprevisível efeito dominó.

Depois desta nova explicação acerca de suas palavras em Regensburg, o Papa se dedicou a recordar os momentos mais significativos de sua visita à Baviera. (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.