Audiência geral dedicada á recente viagem á Baviera,onde Bento XVI falou ao Ocidente
surdo á Palavra de Deus,e onde disse aos cristãos que quem acredita nunca está sozinho.
Bento XVI manifestou o seu "profundo respeito pelas grandes religiões e em particular
pelos muçulmanos", e lamentou que as suas palavras tenham sido "infelizmente mal interpretadas"..
A finalidade da viagem de Bento XVI á Baviera era recordar aos cristãos que quem acredita
nunca está sozinho e convidá-los a olhar com esperança para o futuro. A explicação
foi fornecida pelo próprio Papa resumindo durante a audiência geral desta quarta feira
os momentos principais da viagem da semana passada á sua pátria. A propósito da
homilia da Missa de Domingo 10 de Setembro – inspirando-se no trecho do Evangelho
do dia - sublinhou o Papa - recordei a todos que existe uma fraqueza de ouvido em
relação a Deus de que se sofre de maneira especial hoje; que a nossa tarefa de cristãos
num mundo secularizado consiste em testemunhar a mensagem de esperança que Jesus nos
oferece; ser seus filhos – acrescentou – é superar todas as formas de ódio e de violência. Bento
XVI voltou esta quarta feira a negar que tenha querido ofender o Islão com a sua intervenção
na Universidade de Regensburg , a 12 de Setembro passado. Como tema o Papa escolhera
a questão da relação entre fé e razão. Para introduzir o auditório - professores e
estudantes da Universidade – na dramaticidade e na actualidade do tema - disse o Papa
– citei algumas palavras de um diálogo cristão-islamico do século XIV, com as quais
o interlocutor cristão – o imperador bizantino Manuel II Paleólogo – de maneira para
nós incompreensivelmente brusco – apresentou ao interlocutor islâmico o problema
da relação entre religião e violência . Uma citação que se prestou a criar equívocos. Para
o leitor atento do meu texto, porém resulta claro que “não queria, de modo algum,
fazer minhas as palavras negativas pronunciados pelo imperador medieval neste diálogo,
e que o seu polémico conteúdo não exprime a minha convicção pessoal. A minha intenção
era muito diferente: partindo daquilo que Manuel II diz, em seguida, de forma positiva
– com uma palavra muito bela a respeito da racionalidade que deve guiar a transmissão
da fé – queria explicar que não (deve haver) religião e violência, mas que religião
e razão caminham lado a lado”. O tema da minha conferencia – respondendo á missão
da Universidade - foi portanto a relação entre fé e razão: queria convidar ao dialogo
da fé cristã com o mundo moderno e ao diálogo de todas as culturas e religiões. Bento
XVI manifestou ainda o seu "profundo respeito pelas grandes religiões e em particular
pelos muçulmanos", "que adoram o Deus único" e com os quais – disse – estamos empenhados
na defesa e promoção, para todos os homens, da justiça social, dos valores morais,
da paz e da liberdade Confio portanto, - disse o Papa a concluir – que após as
reacções do primeiro momento, as minhas palavras na Universidade de Regensburg possam
constituir um impulso e um encorajamento a um diálogo positivo, também autocrítico,
tanto para as religiões como para a razão moderna e a fé dos cristãos