MUNDO ISLÂMICO REAGE DIVERSAMENTE ÀS PALAVRAS DE BENTO XVI NO ANGELUS DE ONTEM
Roma, 18 set (RV) - O mundo islâmico responde de modo diverso ao pesar expresso
ontem por Bento XVI no Angelus dominical. O fato provocou, esta manhã, uma tomada
de posição, por parte do porta-voz da Comissão Européia _ Johannes Laitenberger _
que afirmou que "as reações desproporcionais, que equivalem repelir a liberdade de
palavra são inaceitáveis".
Respondendo a uma pergunta sobre as polêmicas que
se seguiram ao discurso do Papa na Universidade de Regensburg, Alemanha, Laitenberger
declarou que "na opinião da Comissão, toda e qualquer reação deve ser baseada no que
efetivamente foi dito e não em citações isoladas de seu contexto, de modo até mesmo
deliberado".
As reações... O porta-voz do governo iraniano afirmou considerar
não suficiente a declaração do Papa sobre seu discurso em Regensburg. Um discurso
_ é bom notar _ que não tinha como tema central o Islã, mas sim a relação entre fé
e razão.
Por sua vez, a ISESCO _ Organização para a Educação, as Ciências e
a Cultura Islâmicas _ pediu que o Papa se desculpe de modo explícito. O mesmo pediu
o Grão-mufti da Turquia. Já o governo paquistanês pede um debate na ONU sobre a tolerância
religiosa.
Por sua vez, o Presidente indonésio, Susilo Yudhoyono, fala de "final
feliz". Também a organização dos muçulmanos na Índia, e a UCOII _ União das Comunidades
e Organizações Islâmicas na Itália _ expressam satisfação.
No entanto, a célula
iraquiana de Al Qaeda prossegue com suas frenéticas mensagens e anuncia, através da
Internet, a "conquista de Roma" após a tomada de Constantinopla. Por sua vez, um influente
religioso catariano de origem egípcia convidou os muçulmanos a fazerem da próxima
sexta-feira, um dia de "cólera pacífica" contra as afirmações do Papa. (RL)