Bento XVI condena a violência e apela ao respeito pelas convicções religiosas
Bento XVI lançou hoje um apelo em favor do respeito pelas diversas convicções religiosas,
condenando “qualquer forma de violência. O Papa manifestou-se num telegrama enviado
à Superiora Geral das Missionárias da Consolata, por meio do Secretário de Estado
do Vaticano, após o assassinato da religiosa italiana Leonella Sgorbati, na Somália.
“Reafirmando uma firme condenação de qualquer forma de violência, Sua Santidade deseja
que o sangue derramado desta fiel discípula do Evangelho se torne semente de esperança
para construir uma autêntica fraternidade entre os povos, no respeito recíproco pelas
convicções religiosas de cada um”, pode ler-se no texto enviado à Ir. Gabriella Bono.
Bento XVI assegura as suas orações pela religiosa assassinada, as religiosas da
sua Congregação, familiares e “todos os que choram esta violenta partida”. O Papa
deplora a “morte trágica da Irmã Leonella Sgorbati, barbaramente assassinada em Mogadiscio”,
lembrando a sua grande obra em favor das populações locais, “especialmente em favor
da vida nascente e no âmbito da formação da saúde”. A Irmã Leonella Sgorbati,
nascida em Piacenza (Itália), em 1940, dirigia uma escola e o hospital pediátrico
“SOS Kindergarten”, na capital da Somália. Foi abatida por homens armados não identificados,
no hospital pediátrico, pouco depois de um responsável religioso ter pedido aos muçulmanos
que se “vingassem” das palavras do Papa em Regensburg. Os seus assassinos estavam
escondidos, em carros estacionados na estrada do hospital, e dispararam contra a religiosa
e contra um segurança do hospital, que também faleceu, segundo explicou a Irmã Marzia
Feurra, missionária da Consolata, à agência Misna. Esta religiosa, que a acompanhava,
disse que as últimas palavras da Ir. Leonella foram de perdão em relação aos seus
assassinos. O funeral da religiosa será celebrado na próxima quinta-feira, 21
de Agosto, na Igreja da Consolata em Nairobi (Quénia). A cerimónia será presidida
por D. Giorgio Bertin, administrador apostólico de Mogadiscio.