2006-09-18 14:34:37

Pressão sobre Cartum, devido á degradação da situação humanitária e de segurança em Darfur


A pressão sobre o regime de Cartum para que aceite o envio de 'capacetes azuis' para a região sudanesa de Darfur, com o fim de render a missão da União Africana (UA), cujo mandato termina no final deste mês, está a crescer, e já não se circunscreve às potências e cidadãos ocidentais, mas também a países africanos e islâmicos e, inclusivamente, a vozes dentro do próprio regime. Porque o tempo urge, e amanhã haverá uma reunião da UA para decidir da sua continuação, ou não, no terreno. O vice-presidente sudanês, Salva Kiir, demarcou-se ontem claramente da posição do chefe de Estado, Omar el-Béchir, que recusa qualquer contingente da ONU no território de Darfur, decidido pelo Conselho de Segurança da ONU, através da resolução 1706, a 31 de Agosto "A degradação da situação humanitária e de segurança em Darfur precisa de uma intervenção de forças internacionais capazes de proteger os civis das atrocidades das milícias árabes janjaweed (pró-governamentais) enquanto o Governo não for capaz, ele próprio, de o garantir", disse o antigo líder do grupo rebelde do sul, o movimento Popular de Libertação do Sudão.A perspectiva é perfilhada por vários países, organizações e cidadãos por todo o Mundo, que ontem assistiu a manifestações em quase meia centena de cidades com activistas a pressionarem Cartum, repetindo apelos de Washington, Paris, Londres e Bruxelas, entre outros centros de poder.No entanto, o regime sudanês desvalorizou os apelos, afirmando que os participantes tinham sido enganados pelos media ocidentais que têm denunciado as atrocidades no terreno que já mataram, segundo a ONU, cerca de 300 mil pessoas e provocaram 2,5 milhões de deslocados. Cartum recusa a resolução 1706 que prevê a passagem dos efectivos da Missão da ONU no Sudão (Minus) de 12273 homens, actualmente no sul do país, para 17300 soldados e 3300 polícias em substituição dos 7000 efectivos da UA. Para Cartum, seria uma violação da soberania.Mas, para observadores, o regime teme que a missão da ONU seja uma frente para derrubar o Governo de orientação islâmica .
O líder da al-Qaeda, Bin Laden, que tem aliados nas elites sudanesas, já considerou Darfur, aliás, um campo de batalha.








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