NO PERU, POLÍTICOS PEDEM À IGREJA QUE NÃO INTERFIRA NA POLÊMICA SOBRE A PENA DE MORTE
Lima, 15 set (RV) - O porta-voz do grupo parlamentar peruano de Unidade Nacional
(UN), Luis Bedoya de Vivanco, pediu hoje, à Igreja, que não se escandalize com o projeto
de lei apresentado por sua bancada, que pleiteia a aplicação da pena de morte para
os que praticam os que violentam os menores e depois assassinam suas vítimas.
Bedoya
de Vivanco assinalou que a própria "Igreja contemplava, séculos atrás, em suas Constituições,
a pena de morte", como foi o caso da Inquisição.
"Que não rasguem as vestes
sem antes olhar no espelho. Os tempos mudam e foi João Paulo II que, publicamente,
pediu perdão à humanidade, em nome da Igreja, pelos atos da Santa Inquisição" _ sublinhou
Bedoya de Vivanco.
O Episcopado peruano declarou, a esse propósito, que não
concorda com a aplicação da pena capital, e defendeu que o Estado tem a responsabilidade
de proteger a vida humana, bem como garantir um sistema jurídico suficientemente capaz
e diligente, para aplicar as penas já estabelecidas.
Nesse contexto, o porta-voz
da Unidade Nacional (UN) exortou a Igreja a não "jogar pedras sobre o telhado do vizinho,
porque seu próprio telhado é de vidro". (MZ)