2006-09-16 11:01:23

Bento XVI não teve intenção de ofender crentes muçulmanos. O Papa quer cultivar atitude de respeito e diálogo com as outras religiões e culturas


O Papa Bento XVI não teve a intenção de “ofender a sensibilidade dos crentes muçulmanos” nem de outra religião, disse o Vaticano, referindo-se ao discurso proferido pelo Sumo Pontífice na Universidade de Regensburg, no Sul da Alemanha na terça-feira . A Santa Sé vê-se a braços com uma onda de protestos que surgem de vários países.
O comunicado foi divulgado pelo Vaticano poucas horas depois do Papa regressar da Baviera, mas não conseguiu estancar a multiplicação de reacções indignadas de dignitários muçulmanos.
O Papa “não teve a intenção de fazer um estudo aprofundado sobre a jihad [guerra santa] e pensamento muçulmano neste domínio e muito menos de ofender a sensibilidade dos crentes muçulmanos”, declarou no comunicado o padre Federico Lombardi, novo director da Sala de Imprensa da Santa Sé.
“Aquilo que está bem enraizado no coração do Papa é uma clara e radical refutação da motivação religiosa da violência” e Bento XVI “quer cultivar uma atitude de respeito e diálogo com as outras religiões e culturas e, evidentemente, com o Islão”, salientou.Ontem no jornal “Corriere della Sera”, o cardeal Paul Poupard, responsável pelo diálogo inter-religioso no Vaticano, apelou “aos amigos muçulmanos de boa vontade” a lerem o discurso do Papa “por inteiro” antes de se pronunciarem.Já o intelectual de origem egípcia, Magdi Allam, escreve, sempre no “Corriere della Sera” – do qual é vice-director – que o Papa, ao invocar a jihad, apenas vem lembrar verdades históricas. A reacção dos muçulmanos é “desoladora e preocupante” e revela que a fé muçulmana foi “transformada por extremistas numa ideologia”.








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