A Europa numa encruzilhada: em Portugal , Presidente da Comissão Nacional Justiça
e Paz, preocupada com identidade europeia
Manuela Silva, Presidente da Comissão nacional Justiça e Paz, apesar de não ter estado
presente na 1ª reunião da Comissão dos Sábios, da qual faz parte, que decorreu em
Bruxelas no passado dia 11, enviou uma reflexão preparatória onde lançou as suas preocupações
quanto à transposição dos valores e interesses nacionais para uma escala europeia.
“Este trabalho que a Comissão vai realizar lança um olhar sobre a União Europeia
que neste momento se encontra numa encruzilhada” reflecte Manuela Silva. “Trata-se
de dar um passo adiante na identidade europeia” refere, mas não é uma proposta pacífica
dado o divórcio entre os cidadãos e o projecto europeu, reflecte a Presidente da Comissão
nacional Justiça e Paz. “É necessária uma tomada de consciência e parece-me que
as Igrejas, e a Igreja Católica em particular, têm uma missão importante, na medida
em que a Igreja é uma entidade com ramificações na base, por estar próxima das pessoas.
A participação da COMECE (Comissão dos Bispos Católicos da União Europeia) na celebração
do Tratado de Roma parece ser uma presença relevante e um contributo importante para
perceber a União Europeia” Na óptica de Manuela Silva, há dois grandes vectores
na aprofundar: os valores comuns dos povos de integram a União Europeia. e outro componente
relaciona-se com as problemáticas da coesão social, nomeadamente o desemprego, a luta
contra a pobreza e cooperação no desenvolvimento de outros povos. “Neste momento levanta-se
outra questão que é a imigração ilegal. A Europa não pode olhar para si como uma fortaleza,
mas deve abrir-se pontes com países em desenvolvimento.” Aqui, segundo Manuela Silva
“tanto Portugal, Espanha, França e Itália têm um papel a desempenhar conjuntamente
junto dos países do outro lado do Mediterrâneo, e dar passos para um melhor acolhimento
dos cidadãos”. Finaliza. Recorde-se que esta Comissão de Sábios vai preparar um
documento reflexivo sobre os valores éticos no futuro da União Europeia. Este documento
será apresentado à COMECE e posteriormente discutido no Congresso em Março de 2007,
onde se assinalam os 50 anos do Tratado de Roma.