A fé é sempre esperança, é amor porque o amor de Deus quer contagiar-nos, salientou
Bento XVI na homilia da Missa em Regensburg. O Papa criticou a destruição da imagem
de Deus, por causa do ódio e do fanatismo.
A fé não é um conjunto de sentenças, nem uma teoria. Pelo contrário é simples, porque
é sempre também esperança, é a certeza que temos um futuro e não cairemos no vazio,
é amor porque o amor de Deus quer contagiar-nos. Bento XVI quis reafirmá-lo nesta
terça feira perante cerca de 350 mil fiéis presentes na grande explanada de Islinger
Feld em Regensburg, no sul da Alemanha.. Vendo as grandes Sumas Teológicas redigidas
na Idade Média, ou pensando na quantidade de livros escritos todos os dias a favor
ou contra a fé, somos tentados – admitiu o Papa – a desencorajar-nos e a pensar que
tudo isto é demasiado complicado. Contudo – sublinhou o Papa teólogo – no seu núcleo
é muito simples. “Deus assumiu um rosto humano, ama-nos até ao ponto de deixar-se
crucificar para carregar os sofrimentos da humanidade até ao coração de Deus”. “Num
momento em que conhecemos as patologias e as doenças mortais da religião e da razão,
as destruições da imagem de Deus, por causa do ódio e do fanatismo, é importante dizer
com clareza em que Deus acreditamos e professar com convicção este rosto humano de
Deus”, explicou. Esta atitude, assegurou Bento XVI, liberta as pessoas do “medo
de Deus”, um sentimento do qual “nasce o ateísmo moderno”. Os cristãos acreditam,
isso sim, “num Deus que entra em relação connosco, seres humanos, que é a nossa origem
e destino”. “A fé é sempre esperança, é certeza de que nós temos um futuro e não
cairemos no vazio. E a fé é amor, porque o amor de Deus quer contagiar-nos”, acrescentou.