Jerusalém, 1º set (RV) - O patriarca latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah,
assinou, juntamente com líderes de outras Igrejas cristãs locais, em 22 de agosto
passado, uma declaração rejeitando o moderno sionismo cristão _ uma corrente muito
difundida entre confissões cristãs dos Estados Unidos.
"Rejeitamos categoricamente
as doutrinas do sionismo cristão, como falso ensinamento, que corrompe hoje, a mensagem
bíblica de amor e de justiça" _ afirma a declaração. Os outros líderes que a assinaram
são: o arcebispo Swerios Malki Mourad, do Patriarcado Sírio-ortodoxo de Jerusalém,
o bispo Riah Abu El-Assal, da Igreja Episcopal de Jerusalém e do Oriente Médio, e
o bispo Munib Younan, da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e da Terra Santa.
Segundo
o documento, "o sionismo cristão é um moderno movimento teológico e político, que
adota as mais extremas posições ideológicas do sionismo, de tal modo que se converte
em obstáculo para uma justa paz entre os palestinos e israelenses".
"O programa
sionista tem uma visão do mundo, na qual o Evangelho é identificado com a ideologia
do império, do colonialismo e do militarismo. Em sua forma extrema, enfatiza os acontecimentos
apocalípticos que levam ao final da história, mais que a vivência do amor de Cristo
e a justiça hoje."
Os líderes cristãos também rejeitam no documento "a aliança
contemporânea entre líderes sionistas cristãos e organizações com elementos nos governos
de Israel e dos Estados Unidos, que estão impondo suas fronteiras preventivas unilaterais
e sua dominação sobre a Palestina".
A conseqüência dessa visão _ advertem os
líderes religiosos _ "são novos ciclos de violência sem fim, que minam a segurança
de todos os povos do Oriente Médio e a paz do mundo".
Os líderes religiosos
fazem um apelo aos cristãos das Igrejas de todos os continentes, "para que rezem pelos
povos palestino e israelense, pois ambos sofrem e são vítimas da ocupação e do militarismo".
Eles também convidam "todas as Igrejas, a romperem o próprio silêncio e se manifestarem
em favor da reconciliação e da justiça na Terra Santa". (JK)