IGREJA ANGLICANA DEVERÁ COMPROMETER-SE A NÃO ORDENAR MULHERES E HOMOSSEXUAIS
Londres, 02 set (set) - O escândalo que, há três anos, enfraqueceu as bases
da comunhão Anglicana, em virtude da ordenação episcopal como bispo, do norte-americano
Rev. Gene Robinson, homossexual declarado, poderia levar a Igreja Anglicana, fundada
no século XVI, pelo rei Henrique VIII da Inglaterra, a uma nova configuração.
Segundo
o jornal espanhol "ABC", o arcebispo anglicano de Cantuária, Dr. Rowan Williams, pedirá,
ainda neste mês de setembro, às Igrejas que fazem parte da comunhão Anglicana, para
que assinem um documento, declarando a própria união com a Igreja da Inglaterra. Esse
texto foi elaborado por uma comissão de prelados, presidida pelo arcebispo da Irlanda,
Rev. Robin Eames.
No documento _ que alguns definem como "Constituição" do
Anglicanismo _ se afirmará a necessidade de aceitar as Escrituras, no que se refere
ao homossexualismo e, por extensão, a necessidade de evitar o acesso de homossexuais
ao sacerdócio, e muito menos à ordem episcopal. Algo semelhante vai acontecer com
a mulher que, em algumas comunidades anglicanas, podem ser ordenadas sacerdotes. Neste
último caso, todavia, o documento faz apenas uma proposta.
As comunidades que
se negarem a firmar esse documento serão separadas da comunhão Anglicana, embora possam
permanecer unidas à sede de Cantuária com um novo estatuto: o de Igrejas associadas.
Pelo menos quatro das 38 grandes províncias que compõem a Igreja Anglicana teriam
declarado sua intenção de não assinar o texto. A mais clara foi a Igreja Episcopaliana
dos Estados Unidos. Como ela, tampouco irão firmar, as igrejas do Canadá, Nova Zelândia
e Escócia.
Por outro lado, tal decisão _ a ser oficializada ainda este mês,
pelo primaz da Igreja Anglicana, Dr. Rowan Williams _ foi bem recebida pelas Igrejas
da África, especialmente as da Nigéria, Tanzânia e Quênia que, após a ordenação episcopal
do Rev. Gene Robinson, se negaram a reconhecer os episcopalianos, anunciando sua ruptura
com a Igreja Anglicana, caso não fossem tomadas medidas urgentes.
O Arcebispado
anglicano de Cantuária anunciou que o Dr. Rowan Williams visitará, pela primeira vez,
a China, em outubro próximo, para apoiar os protestantes desse país, que sofrem perseguições.
(MZ)