Bento XVI no Santuário do Santo Rosto em Manoppello fala das exigências para reconhecer
o rosto de Jesus e lança um novo apelo em defesa do ambiente.
Bento XVI deslocou-se de helicóptero, na manhã desta sexta feira, ao Santuário do
Santo Rosto em Manoppello, uma localidade da região dos Abruzos, na Itália Central
Esta foi a primeira vez que o Santuário recebeu a visita de um Papa. No local
encontra-se o véu em que, segundo a tradição, teria ficado impresso o rosto de Jesus
após ter sido limpo pela Verónica. A peregrinação desta sexta-feira durou cerca
de duas horas, nas quais Bento XVI adorou a Eucaristia em silêncio, venerou a relíquia
do Santo Rosto - um véu de 17x24 centímetros - e pronunciou um discurso - catequese
sobre as exigências necessárias para reconhecer o “rosto de Jesus”. Fugindo à onda
mediática que se gerou em torno desta viagem, o Papa não falou do rosto físico, mas
daquele que se manifesta “nos irmãos e nas vivências do dia-a-dia”. Para isso,
frisou, os fiéis devem ter “mãos inocentes e corações puros”, ou seja, “existências
iluminadas pela verdade do amor que vence a indiferença, a dúvida, a mentira e o egoísmo”.
Classificando a sua visita ao Santuário italiano como “simples e familiar”, Bento
XVI sublinhou que para “ver Deus” é preciso conhecer Jesus Cristo e dispor-se “a segui-lo
até ao sacrifício da própria vida”. O Papa recordou uma passagem do Evangelho,
quando os discípulos conheceram Jesus e “não podiam imaginar quão profundo poderia
ser o mistério de Jesus de Nazaré, quão insondável se poderia revelar o seu rosto”.
Bento XVI voltou hoje a lançar um apelo em favor da defesa do ambiente, no
dia que a Igreja Católica na Itália dedica à “salvaguarda e defesa da Criação”. Em
visita à região dos Abruzos, junto ao parque nacional da Majella, o Papa convidou
todos a “respeitar a natureza, grande dom de Deus, que aqui podemos admirar olhando
para as formidáveis montanhas que nos rodeiam”. Desde o Santuário do Santo Rosto,
Bento XVI lembrou que o dom da natureza “está cada vez mais exposto aos riscos da
degradação ambiental e, por isso, deve ser defendido e tutelado”. Para o Papa, é verdadeiramente
uma “urgência ambientalista” aquela que levou a Igreja na Itália a indicar este primeiro
dia de reflexão e oração pela salvaguarda do planeta. Esta manhã, no Santuário
do Santo Rosto em Manoppello, o Papa fora recebido por milhares de fiéis, com quem
esteve durante vários minutos, agradecendo o seu entusiasmo e a sua fé. D. Bruno
Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, ofereceu a Bento XVI duas reproduções do Santo Rosto,
alguns quadros e uma dádiva para os mais pobres.