BISPOS ANALISAM RELAÇÃO ENTRE PADRES E O EX-REGIME COMUNISTA NA POLÔNIA
Varsóvia, 30 ago (RV) - A Conferência Episcopal Polonesa publicou, na sexta-feira,
dia 25, um "Memorando" sobre a colaboração de alguns sacerdotes com os organismos
de segurança da Polônia, de 1944 a 1989.
O documento retoma, de forma substancial,
a análise feita pelo cardeal-arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, ex-secretário
de João Paulo II, que prometeu esclarecer os fatos da investigação sobre a relação
de alguns padres com o serviço secreto comunista. Para tanto, foi instituída em Cracóvia
uma comissão para estudar o caso.
Os chamados "padres-espiões" são um ponto
polêmico na Polônia, de modo especial em Cracóvia. A Igreja Católica espera que aqueles
que forem declarados culpados, manifestem publicamente sentimentos de conversão, arrependimento
e expiação.
O Cardeal Dziwisz explica ainda, que, "em vários casos, houve acusações
falsas, fundadas em documentos forjados pelo próprio serviço secreto" e que a Igreja
precisava publicar uma instrução teológico-pastoral para dar esclarecimentos e indicações.
O
"Memorando" dos bispos poloneses assinala, por isso, que a colaboração deliberada
e livre, com os organismos de segurança do regime comunista é um "pecado público",
que deve ser confessado "a Deus, à própria consciência e aos homens aos quais se fez
mal".
Na coletiva de imprensa em que foi apresentado o documento, o Cardeal
Dziwisz, falando em nome do Episcopado polonês, admitiu, contudo, que o número de
sacerdotes envolvidos não deverá ser numeroso, pois a maioria sempre se opôs ao regime
comunista. (MJ)