"A Igreja vive e viverá não obstante sofrimentos e falências;nem Hitler conseguiu
destrui-la" salientou o Papa encontrando nesta quinta feira os párocos de Albano e
Castelgandolfo
A Igreja vive e viverá não obstante tantos sofrimentos e falências. Sobreviveu em
dois mil anos de historia superando nos séculos passados as invasões muçulmanas, as
correntes iluministas, Marx e Hitler que queria destruir o catolicismo. Bento XVI
que encontrou esta quinta feira em Castelgandolfo os párocos de Albano e Castelgandolfo
respondeu a algumas perguntas que lhe foram dirigidas sobre o papel e a missão que
toca ao pastor de almas. O Papa recordou as dificuldades da Igreja no passado,
superadas pouco a pouco pelos cristãos da Ásia Menor, e as situações que se vieram
a criar ao ponto que a Igreja parecia que ia acabar. Mas chegou a revitalização com
tantos santos como Santo Inácio de Loyola ou Santa Teresa de Ávila. Rousseau e
Voltaire afirmavam que a Igreja tinha poucas possibilidades, mas depois o século XIX
foi o século dos santos, das congregações religiosas. A fé é mais forte do que todas
as correntes que vêm e que vão. No século passado Hitler estava convencido que
somente um católico podia destruir o catolicismo e ele podia ter todos os meios para
o fazer. O mesmo aconteceu com ma propagação da corrente marxista que também neste
caso – sublinhou o Papa - as palavras de Cristo foram mais fortes do que a visão marxista.
Por isso devemos ser corajosos. A Igreja é esperança que não acaba Bento XVI convidou
os padres a darem testemunho de uma Igreja viva, no meio deste mundo sedento de esperança,
e comparou a crise da fé no sacerdócio com os desacordos matrimoniais, ressaltando
a necessidade de "aceitar e reconhecer o outro quando parece que já não podemos estar
juntos”. "É necessário aprender a conhecer-se de novo, aprender a amar-se com
um amor mais verdadeiro", indicou. O Papa pediu aos sacerdotes com dúvidas vocacionais
que não percam de vista os sacrifícios quotidianos de tantos maridos, as noites de
insónia dedicadas aos filhos e os problemas ligados à convivência. "Uma beleza
feita apenas de harmonia é deficiente. A verdadeira beleza necessita do contraste.
A escuridão e a luz se complementam-se; a uva, para amadurecer, precisa também da
chuva e do vento", explicou, defendendo que é preciso aprender "a necessidade do sofrimento
da crise". Preocupado com os jovens, Bento XVI apelou à criatividade, com iniciativas
que levem os jovens a fazer o bem e encontrar caminhos positivos de ética cristã.
O exemplo de São Francisco de Assis, “uma espécie de playboy que sentia que a sua
vida não o satisfazia” foi, neste contexto, apresentado pelo Papa. Quanto à seriedade
da Eucaristia, Bento XVI sublinhou que "uma boa celebração é aquela que permite realmente
o diálogo com Deus". Porque "os textos da missa não são textos de teatro, mas sim
orações onde o sacerdote, com a assembleia, fala com Deus".