2006-08-25 18:00:14

MALÁSIA: NÃO PODE SE CASAR PORQUE CONVERTIDA AO CRISTIANISMO


Kuala Lumpur, 25 ago (RV) - A história de Azlina Jailani _ cidadã malaia de religião islâmica, que se converteu ao Cristianismo e agora se faz chamar Lina Joy _ acabou nas páginas da edição de hoje do "International Herald Tribune".

Oito anos atrás, ela decidiu se converter do Islamismo ao Cristianismo, tornando-se motivo de polêmica e um "caso de Justiça" na Malásia, dividida entre o regime islâmico e o Estado laico.

Tudo começou em 1990, quando Azlina Jailani encontrou o grande amor de sua vida: ela malaia e muçulmana; ele indiano e cristão. Depois de algum tempo, decidem casar-se e ela, para poder fazê-lo, se converte ao Cristianismo. Em 1998, é batizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, e muda seu nome para Lina Joy.

Apesar disso, em sua carta de identidade, a jovem permanece muçulmana e, assim sendo, é impedida de se casar com o rito cristão. Em 2001 Lina Joy entra com um recurso junto ao Tribunal Civil que, todavia, transfere o caso à Corte Islâmica, a qual, obviamente, aplica a xariá (lei islâmica) e indefere seu pedido.

Lina Joy continua sua luta para que lhe seja reconhecido o direito de se casar com o homem que escolheu. Ela argumenta que, tendo se convertido ao Cristianismo, a xariá não pode ser aplicada a seu caso. Tem início, assim, a sua longa batalha legal.

No mês passado, seu advogado, Benjamin Dawson, decide apelar para o Supremo Tribunal da Malásia, alegando a necessidade de fazer valer as normas constitucionais frente à aplicação da xariá.

O atual primeiro-ministro _ Abdullah Badawi _ que assumiu o cargo em 2003, substituindo Mahathir Mohamad, tomou posição contra Lina Joy, proibindo a realização de manifestações em seu favor, promovidas por grupos e associações de defesa dos direitos humanos.

Cerca de 60% dos 26 milhões de habitantes da Malásia são muçulmanos; 20% são budistas, 10%, cristãos e 6%, hinduístas. (AF)







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