2006-08-25 14:39:24

Capital timorense palco de confrontos entre bandos rivais, no momento em que o Conselho de Segurança deveria aprovar nova missão ONU


Esta quinta feira Díli foi palco de novos confrontos entre bandos rivais no segundo dia consecutivo de incidentes violentos na capital timorense. Os grupos, compostos por centenas de jovens armados com pedras e catanas, defrontaram-se registando as agências 11 feridos ligeiros, dois graves e a destruição de habitações por fogo posto .

No dia anterior, largas dezenas de jovens tinham-se envolvido em confrontos junto a um dos campos de deslocados em Díli, o campo Obrigado, situado na estrada do aeroporto, enfrentando posteriormente forças da polícia australiana e malaia presentes na zona em patrulha e que tiveram de ser apoiadas pela GNR.

Desde o fim de semana passado que cenas de violência voltaram a ser comuns em Díli, envolvendo grupos afectos às diferentes facções que se enfrentaram nos acontecimentos de Abril e Maio. A força internacional presente em Timor-Leste constata igualmente o envolvimento na violência de bandos ligados ao crime.

Por outro lado, as tensões entre timorenses "ocidentais" e "orientais" continuam a fazer-se sentir nas ruas de Díli, atendendo a que permanecem na capital milhares de deslocados sem condições ou receosos de voltarem às suas localidades de origem. A crise que culminou com a demissão do então chefe do Governo, Mari Alkatiri, terá provocado, pelo menos, 30 mortos e mais de 150 mil deslocados.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá votar esta sexta feira uma resolução sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste.A resolução deveria ter sido votada na semana passada mas foi adiada devido ao não entendimento quanto à composição e atribuições das forças internacionais em Timor-Leste.A maior parte dos membros do Conselho apoia a proposta expressa no relatório do secretário-geral, Kofi Annan, que recomenda que seja constituída uma força militar da ONU que apoie um contingente policial internacional. A proposta de Annan é de que o número de militares seja reduzido a 350 e o contingente policial integre 1.608 elementos Entre os países que têm forças de segurança em Timor-Leste, esta proposta é apoiada por Portugal, Malásia e Nova Zelândia. A Austrália, apoiada pelos Estados Unidos, Japão e Grã-Bretanha, contrapõe que às Nações Unidas deve ser deixado unicamente o comando das forças policiais - um "papel que pode desempenhar mais eficazmente", segundo o embaixador australiano Robert Hill - , continuando os australianos a liderar as operações militares. Quanto às forças policiais, a Austrália, apoiada pela Nova Zelândia, desejaria que o contingente fosse fornecido por um único país, pois assim seria facilitada a formação da polícia timorense reactivada. O Conselho de Ministros timorense aprovou há quatro dias o plano de reactivação da polícia, que ficará sob a responsabilidade do comissário português Antero Lopes.








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