2006-08-24 18:00:18

Oposição angolana denuncia atrasos e falta de transparência no processo eleitoral


Um grupo de sete forças políticas da oposição angolana, incluindo a UNITA e a FNLA, reafirmou esta quinta feira a sua "preocupação" com o atraso que se verifica na preparação das eleições, considerando que o processo não está a ser transparente.
Na sequência desta "preocupação", as direcções da UNITA, FNLA, PLD, PDP-ANA, FpD, POC e PAI estiveram reunidas em Luanda e decidiram solicitar "reuniões urgentes" com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Caetano de Sousa, e com o coordenador da Comissão Interministerial para o Processo Eleitoral (CIPE), Virgílio Fontes Pereira.
Num comunicado divulgado em Luanda, as direcções daquelas sete forças políticas da oposição angolana referem que pretendem "abordar as hesitações do governo e da CNE quanto à realização das segundas eleições gerais em Angola", mas também fazer um "balanço concreto sobre a preparação do processo eleitoral".
Nessa perspectiva, "esperam que a CNE e a CIPE correspondam aos pedidos formulados, de acordo com a postura de diálogo e abertura necessária para o bom êxito do processo eleitoral".
No comunicado, as sete formações políticas signatárias recordam que "outros povos, com maiores dificuldade, têm tido a coragem de prosseguir as reformas democráticas necessárias para fazer emergir o continente africano do subdesenvolvimento".
As próximas eleições em Angola deveriam realizar-se em 2006, como chegou a admitir o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e foi recomendado pelo Conselho da República na reunião de Julho de 2004, mas os sucessivos atrasos na preparação do processo eleitoral inviabilizaram essa possibilidade.
A 5 de Abril, durante a visita a Angola do primeiro-ministro português, José Sócrates, Eduardo dos Santos admitiu que as eleições se realizarão "o mais tardar" em 2007.
Nesta altura da preparação do processo eleitoral, aguarda-se que o governo anuncie a data para o início do recenseamento dos eleitores angolanos, que se estima que sejam cerca de 7,5 milhões.
A Comissão Nacional Eleitoral aprovou em meados de Junho uma recomendação ao governo para que o início do recenseamento eleitoral ocorra entre Agosto e Outubro, prolongando-se por um período de seis meses.
 (Lusa)







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