Oposição angolana denuncia atrasos e falta de transparência no processo eleitoral
Um grupo de sete forças políticas da oposição angolana, incluindo a UNITA e a FNLA,
reafirmou esta quinta feira a sua "preocupação" com o atraso que se verifica na preparação
das eleições, considerando que o processo não está a ser transparente. Na sequência
desta "preocupação", as direcções da UNITA, FNLA, PLD, PDP-ANA, FpD, POC e PAI estiveram
reunidas em Luanda e decidiram solicitar "reuniões urgentes" com o presidente da Comissão
Nacional Eleitoral (CNE), Caetano de Sousa, e com o coordenador da Comissão Interministerial
para o Processo Eleitoral (CIPE), Virgílio Fontes Pereira. Num comunicado divulgado
em Luanda, as direcções daquelas sete forças políticas da oposição angolana referem
que pretendem "abordar as hesitações do governo e da CNE quanto à realização das segundas
eleições gerais em Angola", mas também fazer um "balanço concreto sobre a preparação
do processo eleitoral". Nessa perspectiva, "esperam que a CNE e a CIPE correspondam
aos pedidos formulados, de acordo com a postura de diálogo e abertura necessária para
o bom êxito do processo eleitoral". No comunicado, as sete formações políticas
signatárias recordam que "outros povos, com maiores dificuldade, têm tido a coragem
de prosseguir as reformas democráticas necessárias para fazer emergir o continente
africano do subdesenvolvimento". As próximas eleições em Angola deveriam realizar-se
em 2006, como chegou a admitir o Presidente da República, José Eduardo dos Santos,
e foi recomendado pelo Conselho da República na reunião de Julho de 2004, mas os sucessivos
atrasos na preparação do processo eleitoral inviabilizaram essa possibilidade. A
5 de Abril, durante a visita a Angola do primeiro-ministro português, José Sócrates,
Eduardo dos Santos admitiu que as eleições se realizarão "o mais tardar" em 2007. Nesta
altura da preparação do processo eleitoral, aguarda-se que o governo anuncie a data
para o início do recenseamento dos eleitores angolanos, que se estima que sejam cerca
de 7,5 milhões. A Comissão Nacional Eleitoral aprovou em meados de Junho uma recomendação
ao governo para que o início do recenseamento eleitoral ocorra entre Agosto e Outubro,
prolongando-se por um período de seis meses. (Lusa)