BISPO DISSIDENTE ACUSA PAPA COPTA DE SER RESPONSÁVEL POR FANATISMO
Cairo, 21 ago (RV) - Um bispo dissidente acusou, neste domingo, o chefe da
Igreja Copta do Egito _ Papa Shenuda III _ de ser o responsável pelo "fanatismo dos
cristãos e até mesmo dos muçulmanos" no país.
Max Michel, que se identifica
como "Bispo Maximos I" dos cristãos coptas do Egito e Oriente Médio, fez essa acusação
no curso de uma coletiva de imprensa, na qual ofereceu um programa para a reforma
da Igreja Copta.
"O pensamento de Shenuda III, que rejeita qualquer pessoa
que não pertença à sua fé, levou à criação de grupos fanáticos entre os cristãos e
muçulmanos" _ disse o clérigo aos jornalistas. Em sua opinião, "a Igreja Copta tem
sido, nos últimos 30 anos, palco de uma tensão sectária única em sua história, por
causa da administração ditatorial (são palavras do sacerdote) do Papa Shenuda III
e por sua política de pressão ao governo".
O Bispo Maximos I explicou que foi
ordenado bispo há um ano, num Sínodo greco-ortodoxo nos Estados Unidos, e agora está
tentando conseguir a legalização de sua "Igreja" por parte do governo egípcio. Ele
disse que sua Igreja é mais aberta e moderna.
A nova Igreja de Maximos I transformou-se
em motivo de forte polêmica nos últimos meses, depois que a Igreja Copta do Egito
advertiu seus fiéis de que se trata de uma instituição "dissidente", e que o título
de "bispo" ostentado por Maximos I, é "nulo".
Em seu programa, Maximos I propõe
fortalecer o diálogo e melhorar as relações entre cristãos e muçulmanos do Egito.
Expulso
da igreja copta há 30 anos, Maximos I permite o casamento de cristãos divorciados,
algo totalmente proibido pela Igreja Copta.
Maximos I negou receber apoio do
governo norte-americano e desmentiu a acusação de que aspiraria a ser um novo papa
da Igreja Copta egípcia.
A Igreja Copta do Egito _ a maior das Igrejas cristãs
do Oriente Médio _ conta, entre seus fiéis, cerca de 12% dos 74 milhões de habitantes
do Egito, mas sua rigidez dogmática provoca um êxodo sempre mais numeroso de fiéis,
que aderem às Igrejas Católica e Protestante. (MZ)