Igreja no Sri Lanka pede intervenção da comunidade internacional
A Igreja Católica no Sri Lanka acompanha com preocupação o confronto entre as forças
do governo e os rebeldes Tamil, iniciados a 26 de Julho. Estes são os combates mais
mortíferos desde a trégua concluída em Fevereiro de 2002 e que, oficialmente, continua
em vigor.
“Há semanas que não passa uma hora em que não se ouçam tiros de artilharia”,
relata o Bispo Joseph Kingsley Swampillai, contactado pela agência missionária Misna.
Faladno desde a cidade portuária de Trincomalee, no nordeste do país, o Bispo assegura
que estes combates são diferentes de todos os outros que aconteceram no passado.
Na
Diocese desde 1983, ano em que se iniciaram os confrontos, D. Swampillai refere que,
desta vez, “as armas utilizadas são muito mais potentes”, das duas partes. “O exército,
obviamente, tem a vantagem da aviação, que mais não faz do que bombardear e bombardear,
como se quisesse destruir tudo”, acusa.
Durante esta semana, um bombardeamento
das forças governamentais a um orfanato matou mais de 60 jovens, numa região controlada
pelos Tigres de Tamil.. O Bispo católico considera que as duas partes em conflito
violaram “todas as leis humanitárias internacionais”, atingindo escolas, hospitais,
locais de culto e a população civil”.
“De que é que a comunidade internacional
está à espera para intervir?”; questiona D. Swampillai.
Neste momento há mais
de 100 mil pessoas em fuga, na zona dos combates e, só este ano, já morreram 800.
A guerra provocou mais de 70 mil mortos desde 1983.