2006-08-18 12:43:10

Bispos de São Paulo manifestam-se contra a violência


Os Bispos da província eclesiástica de São Paulo, no Brasil, publicaram um documento em que condenam a onda de violência que varre o Estado, pedindo, ao mesmo tempo, uma reforma do sistema prisional.

Há pelo menos três meses, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tem mantido um clima de terror sobre São Paulo com ataques a prédios públicos, privados, agências bancárias, viaturas e esquadras policiais, postos de gasolina e autocarros. A série de atentados registada na semana passada contou com mais de 167 ataques, de que resultaram seis vítimas mortais, cinco feridos e 33 suspeitos detidos, segundo o último balanço oficial.

Os Bispos católicos repudiam “toda esta violência desencadeada pelo crime organizado e as suas causas profundas”. “Rezamos e solidarizamo-nos com todas as pessoas e famílias, de ambos os lados do conflito, que sofreram a violência ou tiveram pessoas inocentes assassinadas entre os seus familiares, parentes ou amigos”, pode ler-se na nota difundida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), terça-feira.

O documento refere mesmo que os ataques “continham também ingredientes de terrorismo, ou seja, tentativas de aterrorizar a sociedade, atacando civis inocentes, instituições e serviços públicos, incendiando autocarros, sequestrando jornalistas para extorquir a publicação de manifesto”.

Condenando firmemente qualquer acção violenta, os Bispos católicos da província eclesiástica de São Paulo exigem das autoridades políticas, entre outras reformas, “a Reforma da Segurança Pública” e a “Reforma Prisional”.

“Os delinquentes precisam de ser detidos, julgados, punidos e recuperados. Contudo, para colocar todos na prisão seria necessário que o Estado construísse uma nova prisão cada mês. Isso demonstra que há algo de profundamente errado”, escrevem os Bispos.

O documento refere que “há urgente necessidade de humanizar as prisões”. As condições desumanas e injustas em que vivem os presos constituem um dos factores do fortalecimento do crime organizado, das rebeliões, dos assassinatos dentro das prisões e tantos outros males que mostram como nosso sistema penitenciário é altamente deteriorado e muitas vezes cruelmente injusto”, acrescenta a nota.








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