2006-08-17 18:25:14

SOMENTE A ABERTURA AO MISTÉRIO DE DEUS PODE SACIAR A SEDE DE VERDADE E FELICIDADE EM NOSSO CORAÇÃO


Castel Gandolfo, 16 ago (RV) - Bento XVI recebeu, esta manhã, no pátio interno da residência de verão dos papas, em Castel Gandolfo, cerca de quatro mil peregrinos e fiéis, provenientes de diversas partes do mundo, para a Audiência Geral das quartas-feiras.

Em sua catequese, o Santo Padre recordou a solenidade da Assunção de Maria ao Céu, convidando os fiéis a dirigir seus olhares, uma vez mais, à nossa Mãe celeste, que a liturgia de ontem nos fez contemplar triunfante com seu Filho, Jesus, no céu.

O Pontífice recordou que essa festa sempre foi muito sentida pelo povo cristão, desde os primeiros séculos do Cristianismo: "Esta festa, como sabemos, celebra a glorificação, também corporal, daquela criatura que Deus escolheu como Mãe, e que Jesus, na Cruz, nos ofereceu como Mãe da humanidade."

O Papa advertiu que há pessoas que vivem, nesta terra, como se jamais devessem morrer. Há pessoas _ acrescentou _ que se comportam como se o homem fosse o autor de seu próprio destino e como se Deus não existisse, chegando até mesmo a negar a presença de Deus no mundo.

Nesse contexto, Bento XVI argumentou que os grandes progressos e sucessos da ciência e da tecnologia, apesar de terem possibilitado uma significativa melhora das condições de vida humana, deixaram, todavia, sem respostas, as questões mais profundas da alma do homem.

Diante de tantas lacunas, o Pontífice apresentou a resposta para todos os nossos "por quês?" "Somente a abertura ao mistério de Deus, que é Amor, pode saciar a sede de verdade e de felicidade, que se abriga em nosso coração; somente a perspectiva da eternidade pode dar um autêntico valor aos acontecimentos históricos e, sobretudo, ao mistério da fragilidade humana, do sofrimento e da morte."

Não obstante tudo, concluiu o Bispo de Roma, entre os milhares de dificuldades cotidianas, não devemos perder a serenidade e a paz.

No final da sua catequese de hoje, o Papa recordou o Ir. Roger Schutz, fundador da Comunidade Ecumênica de Taizé, na França, assassinado precisamente há um ano, quando presidia à oração da tarde: "Seu testemunho de fé cristã e de diálogo ecumênico foi um precioso ensinamento para inteiras gerações de jovens. Peçamos ao Senhor, que o sacrifício de sua vida possa contribuir para consolidar o compromisso com a paz e a solidariedade dos que se preocupam com o futuro da humanidade."

Ir. Roger Schutz, o monge suíço protestante que fundou a Comunidade Ecumênica de Taizé, localizada na cidade da França que tem o mesmo nome, foi assassinado a facadas, por uma mulher, na noite de 16 de agosto de 2005, durante um serviço religioso em sua comunidade.

Ir. Roger Schutz tinha 90 anos de idade e estava presidindo uma cerimônia diante de 2.500 pessoas, na Igreja da Reconciliação, quando uma mulher de nacionalidade romena, de 36 anos, o atacou com uma faca, ferindo-o três vezes nas costas e no pescoço. Não obstante a imediata reação dos presentes em sua defesa, Ir. Roger morreu poucos minutos depois.

A morte de Ir. Roger Schutz suscitou grande comoção entre católicos e protestantes europeus, que manifestaram imensa tristeza pelo acontecido.

Ir. Roger fundou a comunidade monástica de Taizé aos 25 anos, em 1940, quando estudava Teologia. Comprou uma pequena propriedade na região francesa de Taizé, e começou a acolher e curar refugiados da II Guerra Mundial.

Hoje, a comunidade conta mais de 100 irmãos _ católicos e protestantes _ e tem como objetivo promover a reconciliação e a unidade entre os cristãos.

Antes de concluir a Audiência, o Papa passou a cumprimentar os presentes, falando-lhes em seus respectivos idiomas, entre os quais o português. "Saúdo os grupos de língua portuguesa, vindos do Brasil e de Portugal, e convido a dirigir o olhar à nossa Mãe celestial, dando graças a Deus porque ontem a liturgia nos ajudou a contemplá-La triunfante com Cristo no Céu. Com a minha Bênção Apostólica!" (AF)








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