2006-08-17 11:40:14

Refugiados angolanos regressam voluntáriamente ao seu país.


Quarenta e cinco refugiados angolanos iniciaram, esta quarta-feira, numa coluna do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (A CNUR) o seu regresso voluntário a Angola, segundo "o site" daquela organização internacional. Este grupo de angolanos partiu do campo de refugiados de Meheba, no Norte da Zâmbia, rumo ao Aeroporto de Ndola. A viagem dura quatro horas e os refugiados seguem depois de avião para a sua terra natal.
O ACNUR e o Governo zambiano salientam, no "site", que a operação de repatriamento voluntário terminará em Dezembro. Dada a aproximação da estação das chuvas, dentro de dois ou três meses, o ACNUR iniciou o arranjo das estradas que dão acesso aquele campo zambiano de refugiados e a centros de trânsito.
Entretanto, está em curso uma campanha em vários campos de refugiados para os informar de que esta é a sua última oportunidade para beneficiarem de uma repatriação organizada e apoiada. Sondagens realizadas em Maio em três campos de refugiados indicam que 14.400 refugiados pretendem regressar este ano a Angola. Entre eles, três mil disseram pretender dirigir-se para Cazombo, Luanda e Luena.
Entretanto, quem não acredita que até Dezembro esteja concluído o processo de repatriamento de refugiados é o Serviço Jesuíta para os Refugiados. Paulo Neto, o seu Supervisor Nacional de Educação Para a Paz e Advocacia, disse à rádio Ecclesia que há ainda muito cepticismo entre os angolanos refugiados quanto ao seu futuro no país natal. Paulo Neto realça que o processo eleitoral que o país prepara é também motivo para outras interrogações e «ainda cria um certo receio por parte de algumas pessoas refugiadas neste país e então não podemos dizer se este processo vai terminar em Dezembro, por exemplo este mesmo processo já tinha terminado em 2005, mas, agora, ouve de novo esta necessidade de continuar com o processo de repatriamento organizado», afirmou.
O ACNUR e a Organização Internacional das Migrações informaram em Maio que eram necessários 4,8 milhões de dólares para a operação de repatriamento e a pelaram à boa vontade dos doadores para fazer face às despesas, nomeadamente de contratação de "charters".
Desde que o repatriamento voluntário se iniciou em 2003, um total de 63 .324 refugiados angolanos foi enviado para o seu país a partir de campos zambianos. Calcula-se que ainda permanecem nesses campos e aldeamentos cerca de 29 mil angolanos.
As autoridades zambianas calculam que um número de angolanos semelhante aos dos refugiados que se encontram nos campos se espalhou pelo país e se misturou com a população local. Caso pretendam ser repatriados, o ACNUR procederá às diligências necessárias.
O ACNUR e o governo da África do Sul estão também a apoiar o regresso dos refugiados angolanos (calcula-se que sejam 14 mil) no país mais a sul de África.
Em 27 anos de guerra em Angola, fugiram do país meio milhão de pessoas.
Quando em 2002 se chegou finalmente a um acordo de paz, calculava-se que viviam como refugiados nos países vizinhos 475 mil angolanos. Calcula-se que 360 mil já regressaram a casa, alguns com o apoio do ACN UR, outros por outros meios.








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