FÁTIMA: BISPO UCRANIANO PEDE FIM DAS INJUSTIÇAS NOS PAÍSES DO LESTE
Fátima, 14 ago (RV) - Durante a 34ª Peregrinação Internacional do Migrante
e do Refugiado ao santuário mariano de Fátima, Portugal, Dom Dionísio Lachovicz _
brasileiro e bispo auxiliar de Kiev, na Ucrânia _ considerou que "a falência do sistema
soviético gerou novas estruturas de morte". Um exemplo disso é fato de o "índice de
mortalidade superar o dos nascimentos". A "Rússia e a Ucrânia têm hoje o maior índice
de abortos do mundo" _ advertiu o prelado.
Por outro lado _ acrescentou _ surgiu
"a indústria do sexo, a exploração e o tráfico de mulheres" para os países ocidentais,
uma situação que permanece ainda sem solução.
"Milhões de pessoas do leste
europeu foram forçadas a emigrar em busca do pão de cada dia, a abandonar as terras
que são consideradas "celeiros" da Europa" e as "imensas riquezas desses países foram
parar nas mãos de poucos oligarcas" _ argumentou Dom Lachovicz.
A queda dos
regimes comunistas não resolveu todos os problemas e gerou outro tipo de desigualdades,
considerou o bispo.
"Ao caírem os muros, rompeu-se a cortina de ferro e o mundo
inteiro percebeu o mal que o sistema soviético ateu conseguiu fazer às pessoas e à
sociedade, além da falência total do seu sistema econômico" _ recordou.
Contudo,
a emigração maciça de sete milhões de ucranianos gerou novos problemas sociais, porque
os filhos permanecem em suas cidades de origem, "com dinheiro no bolso, mas sem o
calor e a ternura da família". Nesses casos, "a rua traz a droga e o sexo fácil" _
sublinhou Dom Dionísio Lachovicz.
A solução deve passar pelo retorno à espiritualidade,
como proposta de vida para esses países, e Dom Lachovicz pede "o novo milagre da conversão
da Rússia numa sociedade mais justa e humana".
Numa carta pastoral aos imigrantes
daquele país em Portugal, o cardeal arcebispo-mor de Kiev, Lubomyr Husar, e Dom Dionísio
Lachovicz apelam a seus compatriotas, para que não esqueçam suas origens, mas se integrem
no seu país que os acolheu. (MZ)