Não obstante a ciência permanecem os mistérios do sofrimento e da morte; sómente o
mistério de Deus que é Amor pode colmatar a sede de verdade e de felicidade do coração
humano. Bento XVI na audiência geral em Castelgandolfo, no fim da qual homenageou
o Irmão Roger de Taizé
Os grandes sucessos da técnica e da ciência melhoraram notavelmente a condição da
humanidade mas não obstante isso, deixam sem solução as questões mais profundas do
espírito humano, permanecem os mistérios da fragilidade humana, do sofrimento e da
morte, e somente a abertura ao mistério de Deus que é Amor pode colmatar a sede de
verdade e de felicidade do nosso coração. Somente a perspectiva da eternidade pode
dar valor autentico aos acontecimentos históricos.. Foi o que afirmou Bento XVI
na audiência geral desta quarta feira que decorreu no pátio interno do Palácio Pontifício
de Castelgandolfo. Um discurso centrado na solenidade da Assunção de Nossa Senhora,
celebrada neste dia 15, uma festa muito sentida pelo povo cristão desde os primeiros
séculos do cristianismo. A Assunção- acrescentou Bento XVI – evoca um mistério que
interessa cada um de nós porque Maria brilha como sinal de segura esperança e consolação
para o povo de Deus que se encontra a caminho”. Só que - disse depois o Papa –
estamos de tal forma absorvidos pelas vicissitudes de cada dia que ás vezes esquecemos
esta consoladora realidade espiritual que constitui uma importante verdade de fé.
Hoje há gente que vive como se nunca tivesse de morrer, ou pelo contrário como se
tudo acabasse com a morte. E alguns comportam-se como se o homem fosse o único artífice
do próprio destino, chegando ás vezes até mesmo a negar que para Ele exista espaço
no nosso mundo . Bento XVI concluiu convidando a contemplar Maria, através da
qual compreendemos que também para nós a terra não é a pátria definitiva, e que se
vivermos constantemente virados para os bens eternos, um dia partilharemos a sua mesma
gloria. E precisamente por isso, “embora no meio de mil dificuldades quotidianas,
não devemos perder a serenidade e a paz”. Nesta audiência geral não faltou uma
breve saudação em português: “Saúdo os grupos
de língua portuguesa vindos do Brasil e de Portugal, e convido a dirigir
o olhar à nossa Mãe celestial, dando graças a Deus porque ontem a liturgia nos ajudou
a contemplá-La triunfante com Cristo no Céu. Com a minha Bênção Apostólica!” Bento
XVI lembrou hoje o Irmão Roger de Taizé, assassinado a 16 de Agosto de 2005 durante
uma oração na comunidade ecuménica que fundou. “O seu testemunho de fé cristã
e diálogo ecuménico foi um ensinamento precioso para gerações inteiras de jovens”,
disse o Papa a respeito de Frère Roger. A audiência geral desta manhã, em Castel
Gandolfo, concluiu-se com uma oração “para que o sacrifício da sua vida contribua
para consolidar o compromisso da paz e da solidariedade de quantos levam a peito o
futuro da humanidade”.