Beirute, 10 ago (RV) - O bispo de Sayda dos maronitas, sul do Líbano, Dom Elias
Nassar, pede ajudas de emergência para as populações que se encontram no desespero,
sem alimentação, sem água e sem medicamentos. Muitas das aldeias cristãs foram totalmente
destruídas e os refugiados já somam milhares de pessoas.
As aldeias cristãs
no sul do Líbano estão sob bombardeios há semanas e suas populações vivem o drama
de ter que fugir de suas casas, ou viver constantemente com medo de ser bombardeadas.
Dom
Elias Nassar afirmou que, entre as muitas áreas que estiveram sob ataque, sete eram
aldeias cristãs, que foram totalmente devastadas, forçando cerca de duas mil pessoas
à evacuação. Além dessas, outras 22 aldeias cristãs foram bombardeadas e milhares
de pessoas tiveram de abandonar suas casas. A razão desses ataques, segundo o bispo,
é a infiltração das forças do "Hezbollah" nas regiões cristãs.
Dom Nassar afirmou
ainda, que as comunidades locais solicitam a Igreja, cada vez mais, para que promova
o envio de ajudas de emergência. Ele declarou que "as pessoas se interrogam se a situação
pode piorar". "Estão cheias de medo e já esgotaram quase todos os bens de primeira
necessidade. Continuam a me pedir ajuda e eu não tenho nada para lhes oferecer" _
acrescentou.
Apesar das falhas nas comunicações, das estradas cortadas, das
pontes destruídas e da falta de energia, o bispo maronita libanês acredita que as
infra-estruturas da Igreja poderão servir para fazer chegar ajudas de emergência às
aldeias mais remotas. As principais prioridades são alimentação, água potável, leite
e medicamentos.
Durante muitos anos, o Líbano foi visto pelos líderes da Igreja
como um santuário para os cristãos no Oriente Médio, e o conflito entre o "Hezbollah"
e Israel fez crescer o medo de um êxodo maciço dos cristãos, o que poderia fazer desaparecer
o Cristianismo daquelas regiões.
A fundação Ajuda à Igreja que Sofre, lançou
uma campanha de ajuda de emergência para o Líbano e Israel.
A ONG "AMU - Ações
para um Mundo Unido" está lançando uma campanha de emergência para fazer frente ao
"drama vivido pela população cristã e muçulmana" do Líbano, e ajudar "os esforços
em favor da paz, da solidariedade que vence o medo, o ódio e a violência". (CM)