HÁ EXATAMENTE 61 ANOS, NAGASAKI VIVIA O PESADELO ATÔMICO
Nagasaki, 09 ago (RV) - No dia 9 de agosto de 1945, a bomba de plutônio denominada
"Fat Man" matou, em poucos minutos, mais de 70 mil pessoas em Nagasaki, Japão.
Ao
longo dos anos sucessivos, outras 60 mil morreram, em conseqüência da radioatividade.
Ao número total de mortos _ mais de 140 mil _ somam-se outras mortes, a casa ano,
ainda em conseqüência da terrível explosão atômica.
Em Nagasaki havia, então,
uma florescente comunidade cristã. Às 11h02 daquele fatídico dia, 30 fiéis e dois
sacerdotes encontravam-se na Catedral de Urakami: morreram todos e a construção foi
destruída, em virtude da intensidade do calor provocado pela explosão. Dos 12 mil
católicos existentes na região, 8.500 morreram na explosão.
Na reconstruída
Catedral de Urakami _ na época a maior igreja católica de toda a Ásia _ permanece
um sinal de esperança e um apelo em favor da paz: desde o ano passado está exposta,
numa capela interna, "Nossa Senhora bombardeada": trata-se da cabeça de uma imagem
da Virgem Maria que sobreviveu à explosão. Apenas a cabeça foi encontrada entre os
escombros; do corpo não restam sinais.
Para recordar essa trágica data, o prefeito
de Nagasaki, Iccho Ito, lançou um forte apelo à comunidade internacional, para que
sejam dados passos concretos, que bloqueiem a proliferação das armas nucleares. Ele
denunciou o Paquistão, Israel e as outras nações que possuem armas nucleares, enfatizando:
"A 61 anos do bombardeio, Nagasaki permanece repleta de raiva e frustrações, enquanto
as potências nucleares continuam não estão fazendo esforços concretos para reduzir
a corrida armamentista."
O primeiro-ministro japonês, Koizumi, também recordou
que "o Japão _ único país na história a ter sofrido um bombardeio nuclear _ tem a
responsabilidade de continuar a contar a sua experiência à comunidade internacional".
(JK)