CARDEAL CIPRIANI RESPONDE A CRÍTICAS CONTRA A IGREJA
Lima, 08 ago (RV) - O cardeal-arcebispo de Lima, Juan Luis Cipriani Thorne,
lembrou que a Igreja tem um compromisso com a verdade autêntica, embora chovam críticas
sobre ela. Ele esclareceu que quando um bispo fala, não deve fazê-lo a título pessoal,
mas em nome de Cristo.
Nos últimos dias, o cardeal foi alvo de muitos ataques,
depois que ele reiterou, no "Te Deum" por ocasião da festa patriótica peruana, sua
preocupação pelo relatório final da Comissão de Verdade e Reconciliação (CVR) que,
paradoxalmente, difama a atuação pastoral da Igreja Católica em Ayacucho, Apurímac
e Huancavelica, durante os anos de violência terrorista.
Em seu programa Diálogo
de fé, o cardeal explicou que "a Igreja tem que se esforçar para educar, no respeito
à verdade, porque dessa verdade e dessa liberdade nasce a esperança. Mas quando o
mentiroso tem sucesso, os demais desanimam, porque se perguntam: "Vale a pena comportar-se
bem, quando a gente acaba mal? Não seria melhor _ pensam as pessoas _ ser esperto
e enganar para se ter sucesso?"."
O Cardeal Cipriani rejeitou a acusação de
que cada bispo daria uma opinião pessoal, diversa da posição da Igreja. "Cada bispo
exerce seu ministério em nome de Cristo, como sucessor dos apóstolos, e aí reside
a prudência e responsabilidade de cada pastor, pois ele sabe que fala em nome do Senhor"
_ salientou o purpurado.
A propósito da Comissão de Verdade e Reconciliação,
o Cardeal Cipriani Thorne esclareceu que esta deveria ter "objetividade e equilíbrio
impecáveis".
A Comissão recebeu, em 2001, o mandato do presidente interino,
Valentín Paniagua, de investigar as violações de direitos humanos ocorridas durante
a agressão perpetrada pelas organizações terroristas Sendero Luminoso e Movimento
Revolucionário Tupac Amaru (MRTA). Entretanto, em 2003, a Comissão publicou um controvertido
relatório, no qual acusa várias autoridades da Igreja de "dificultarem" a defesa dos
direitos humanos.
O relatório da CVR recebeu uma chuva de críticas, por parte
de diversos setores da sociedade peruana, sobretudo no dado relativo ao número de
mortos _ uma cifra questionada não apenas pelos militares, mas também por estadistas
independentes. (SP)