Igreja católica em Cuba aposta num clima de concórdia: o arcebispo de Avana garante
que a Igreja Católica cubana rejeitaria uma intervenção estrangeira no país
O Cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, garantiu que a Igreja Católica cubana
rejeitaria uma intervenção estrangeira no país e sublinhou a importância de manter
a paz. No início de uma Missa na catedral de Havana, D. Ortega leu um comunicado
divulgado pela Conferência de Bispos Católicos de Cuba, no qual pedem a Deus para
acompanhar o presidente Fidel Castro na sua doença e iluminar os novos responsáveis
do governo e apela à Virgem da Caridade, protectora da ilha, para que mantenha a paz.
No fim da cerimónia e em resposta a perguntas da imprensa, o Cardeal Jaime Ortega
sublinhou que a Igreja Católica cubana “jamais apoiaria e nem sequer aceitaria minimamente
qualquer intervenção estrangeira”. “Oramos pela pátria, por Cuba, e por quem a
dirige, essa é a nossa maneira de pôr o futuro nas mãos do Senhor, que é o que compete
neste momento à Igreja”, acrescentou. Sobretudo há que pedir “para que nada danifique
a concórdia entre os cubanos, para que nada perturbe a paz entre nós”, disse. A
conferência episcopal cubana tinha referido, na sua mensagem, que a actual situação
de saúde de Fidel "constitui um momento especialmente significativo para o nosso povo”.
“A Igreja Católica, como parte desse povo, partilha essa preocupação e as súplicas
de todos os fiéis", dizia o comunicado.