2006-08-03 19:10:46

CUSTÓDIO DA TERRA SANTA: ESTADO DE ISRAEL PARECE "ANIMAL AMEDRONTADO E AGRESSIVO"


Jerusalém, 02 ago (RV) - Israel parece "um animal encurralado num canto, amedrontado e cheio de raiva e agressividade; uma Nação onde parece faltar uma "liderança forte"". Dessa forma, Pe. Pierbattista Pizzaballa, custódio franciscano da Terra Santa, comenta a tragédia da guerra libanesa, que se abateu de improviso sobre os povos da região, e para a qual não se entrevê, até o momento, uma saída possível.

Pe. Pizzaballa é, há quase dois anos, o responsável pelos franciscanos da Terra Santa, ordem à qual a Santa Sé confiou a custódia e a defesa dos Lugares Sagrados do Cristianismo. Uma tarefa que se tornou muito difícil nos últimos tempos: "Não temos dinheiro, nossa única arma é a fé, a comunidade cristã local está cada vez mais oprimida e não creio que o mundo dos poderosos esteja muito interessado em nossos apelos em favor da paz" _ observa. "Não podemos influir em quase nada na solução do conflito. Contamos apenas com a cruz e a oração."

O religioso _ um dos maiores especialistas católicos em cultura e língua hebraica _ reconhece a Israel o "direito de se defender" dos ataques vindos do "Hezbollah". "É a natureza da resposta _ observa Pizzaballa _ que suscita muitas perguntas. O Líbano é um país extremado, e não creio que a opção militar possa levar a algum lugar."

"Os judeus se sentem assediados, frustrados e cheios de ira contra o mundo todo, a Europa em particular. Sentem-se alvos de tropas inimigas e reagem como um animal encurralado, amedrontado e, por isso mesmo, muito agressivo."

"Sinto muita pena _ confessa o religioso _ porque quero muito bem a Israel. Em tudo o que está acontecendo, não vejo uma estratégia clara. Talvez esteja faltando um líder forte e carismático."

"A solução _ afirma Pe. Pizzaballa _ só pode ser política e, para encontrá-la, deve haver uma intervenção decidida, por parte da comunidade internacional, de toda a comunidade internacional, Estados Unidos e Europa, juntos, e não separadamente."

"O que causa tristeza é que as crises jamais são resolvidas antes que seja muito tarde" _ acrescenta o franciscano. "Que o Hezbollah fosse um Estado dentro do Estado libanês, já se sabia há muito tempo, e creio _ ressalta Pe. Pizzaballa _ que qualquer restabelecimento futuro da paz deve prever a retomada da autoridade do governo central sobre todo o território do Líbano."

Quando for resolvida a crise libanesa, o mundo deverá concentrar-se no núcleo de todos os problemas do Oriente Médio, que é o conflito entre Israel e Palestina. (MZ)







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