Israel continua a rejeitar um cessar-fogo, e reiniciou os ataques aéreos. Prosseguem
os esforços diplomáticos, apesar da escalada da violência
O exército israelita alargou ontem a ofensiva terrestre no Sul do Líbano, onde soldados
e combatentes do Hezbollah se envolveram em violentos confrontos. Apesar da pressão
internacional, Israel continua a rejeitar um cessar-fogo e anunciou o reinício, esta
madrugada, dos ataques aéreos parcialmente suspensos desde domingo à noite.
Num
momento em que o número de mortos no Líbano ultrapassou os 830, Israel continua a
perseguir o objectivo de afastar o Hezbollah da fronteira, impedindo-o de lançar rockets
contra o seu território. Em última instância, "o objectivo [da ofensiva no Líbano]
é o de criar as condições no terreno para a chegada de uma força internacional.
Apesar
da escalada da violência, os esforços diplomáticos prosseguem. Em Nova Iorque, o secretário-geral
da ONU reuniu-se com os embaixadores dos cinco membros permanentes do Conselho de
Segurança: EUA, China, França, Reino Unido e Rússia. Kofi Annan procura ultrapassar
as divergências entre a França e os EUA. A primeira condiciona o envio de uma força
internacional para o Sul do Líbano a um cessar-fogo prévio; medida que Washington
rejeita. Uma reunião dos países que poderão contribuir para a força ficou agendada
para amanhã
Em Beirute, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Manucher
Mottaki, reafirmou o apoio de Teerão ao Hezbollah e criticou a "ineficácia" da ONU.
Os
líderes religiosos libaneses exigiram ontem que o Governo de Beirute assuma a sua
autoridade na totalidade do território. Num gesto sem precedentes nos últimos dez
anos, cristãos e muçulmanos reuniram-se na capital libanesa para apoiar o primeiro-ministro
Fuad Siniora e homenagear o Hezbollah.
Apelando à unidade das várias confissões
religiosas, o chefe da Igreja maronita, cardeal Nasrallah Sfeir, o mufti sunita, Mohammad
Rachid Qabbani, e o presidente do Conselho Superior xiita, xeque Abdel Amir Qabalan,
condenaram a "agressão" israelita e pediram o fim imediato das hostilidades.